O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NUPIA), promoveu nesta sexta-feira (12/9) uma ação inédita do Projeto Escola Restaurativa. Pela primeira vez atividades foram realizadas simultaneamente em dois municípios que pertencem à mesma comarca. A iniciativa reuniu mais de 200 participantes em Círculos de Construção de Paz, conduzidos na Escola de Educação Básica Ferandino Dagnoni, em Gaspar, e na Escola Municipal Alberto Schmitt, em Ilhota.
Professores, estudantes e representantes da rede de proteção vivenciaram momentos de escuta e diálogo, reforçando o sentimento de pertencimento e a corresponsabilidade na construção de um ambiente escolar mais acolhedor.
A ação foi viabilizada pela 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Gaspar, a pedido da Promotora de Justiça Aline Boschi Moreira: "o projeto Escola Restaurativa encerrou sua primeira etapa com grande êxito, fortalecendo a cultura da paz nas escolas de Gaspar e de Ilhota".
A iniciativa utilizou círculos de construção de paz para promover o diálogo e a escuta ativa como alternativas ao conflito, reconectando alunos, educadores e comunidade. Ela destaca como momento marcante a participação no círculo realizado com crianças do 6º ano da Escola Alberto Schmitt, em Ilhota. "Apesar dos desafios enfrentados (como a dificuldade inicial de expressão dos estudantes) foi possível vivenciar a potência da escuta acolhedora e da construção coletiva de soluções. Agradeço a todos os envolvidos e desejo que, juntos, possamos garantir a continuidade da iniciativa, com a capacitação municipal de facilitadores para a garantia de ambientes escolares acolhedores e seguros", complementou.
O coordenador do NUPIA, Marco Aurélio Morosini, ressaltou que o projeto já percorreu diversas cidades e regiões catarinenses. "Nós acreditamos na metodologia dos círculos de construção de paz e queremos, através do projeto, dar visibilidade a um lado diferente do MPSC. É uma iniciativa pensada para as crianças e adolescentes que demanda a união de diversos órgãos. Nós do MP catarinense temos uma ideia de construção que demanda a união entre diversos órgãos e entidades", explica.
"Esse projeto tão maravilhoso trouxe uma leveza e um cuidado pessoal para cada um. Estamos sempre pensando no aluno, nas nossas funções, nas nossas atividades e a gente esquece de se cuidar, de olhar para si próprio. E esse projeto veio com essa finalidade, fazer com que a gente consiga enxergar a si próprio", destaca a diretora da escola municipal Alberto Schmidt, Ana Paula. No mesmo sentido, a diretora da Escola de Educação Básica Ferandino Dagnoni, reforça o impacto positivo do projeto na instituição. "A escola restaurativa proporcionou um momento para trabalharmos a paz com nossos estudantes, com nossas famílias. A iniciativa mostrou como nós podemos trabalhar de uma maneira diferente para que os estudantes se sintam mais à vontade para conversar com os professores, com a gestão, e, assim, melhorar os conflitos da nossa unidade".