Mesmo diante da gravidade das agressões, o réu demorou a acionar socorro. Entre 7h15 e 7h30, ligou duas vezes para um amigo médico, relatando que a namorada estava convulsionando, e apenas depois acionou o serviço de emergência. Quando os socorristas chegaram ao apartamento, Isadora não apresentava sinais de convulsão, mas estava inconsciente.
Encaminhada ao hospital, a jovem não resistiu. O médico responsável, ao constatar que a situação do corpo não correspondia à versão narrada pelo acusado, acionou imediatamente a Polícia Civil, dando início às investigações que culminaram na condenação.
Durante o julgamento, amigas da vítima relataram episódios em que Isadora demonstrava medo diante do consumo excessivo de álcool e drogas pelo réu. Delegados que atuaram no caso também foram ouvidos e puderam expor, de forma detalhada, os elementos que comprovaram o crime.
Voz da família
A dor da perda foi traduzida em palavras pelos familiares da jovem. A irmã gêmea de Isadora, Mariana Viana Costa, lembrou a falta da companheira de vida. "A Isadora era a minha melhor amiga e eu nunca mais vou poder ter ela na minha vida. Isso que a gente lembra todos os dias. Uma dor que vai ficar para sempre".
O pai, Rogério Froner Costa, falou sobre o alívio parcial que a condenação trouxe à família. "Contente eu não vou estar, mas com a consciência aliviada, o coração um pouco mais leve pra nós tentarmos recomeçar a nossa vida".
Já a mãe, Cibelle Viana Costa, agradeceu a atuação do Ministério Público e destacou o vazio eterno deixado pela filha. "Eu quero ressaltar a atuação do Promotor e da Promotora que foi excelente, ficamos muito satisfeitos e dizer que a minha dor nunca mais vai embora, que eu vou ter que conviver o resto da minha vida com essa falta da minha filha, mas que o nome e a história dela foram honrados".
O julgamento foi acompanhado, além dos familiares, por amigos da vítima e pela comunidade em geral. Durante os dois dias de sessão, o salão do júri esteve lotado. O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade, sendo encaminhado ao presídio para início do cumprimento da pena.
GEJURI
O Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI) é um o órgão do MPSC que presta suporte e atua de forma articulada com as Promotorias de Justiça nos processos mais complexos de apuração dos crimes dolosos contra a vida, a exemplo de casos graves que envolvem elevado grau de periculosidade. O Grupo também auxilia Promotores de Justiça em início de carreira.