Para o Coordenador do CIJE, Eder Cristiano Viana, os números colhidos pelo centro de apoio demonstram que "existem ainda providencias a serem adotadas pelo Estado e municípios a fim de cumprir os planos nacional e estadual de educação, visando garantir o direito das crianças. Isso demonstra que precisamos voltar os olhos para a proteção necessária, adequada, e para a escolarização na idade correta, cobrança que também a sociedade deve empreender".
O CIJE lembra que a Doutrina da Proteção Integral, instituída pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), determina que crianças e adolescentes recebam atenção especial, de forma a se garantir seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Essa prioridade também deve ser concretizada na execução das políticas protetivas do estado e dos municípios. O ECA determina que a garantia da prioridade compreende a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Por isso, o Poder Executivo municipal, com a participação da comunidade - em especial por meio do Conselho Municipal de Educação, do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, do Conselho Tutelar e da Câmara de Vereadores -, deve consignar, prioritariamente, em seus orçamentos, a destinação de recursos suficientes para atender a Meta 1, conforme também determina o artigo 10 do Plano Nacional de Educação.
Saiba mais sobre o Educação da Meta, programa que acompanha resultados de todos os municípios
Criado para acompanhar a execução dos planos estadual e municipais de educação, o programa Educação na Meta monitora o cumprimento das metas do PNE nos 295 municípios catarinenses e fornece diagnósticos atuais e instantâneos aos Promotores de Justiça e à sociedade.
Em 2019, foram disponibilizados 295 relatórios dos painéis de monitoramento da Meta 1 de cada plano municipal de educação. Os relatórios apresentaram a taxa de atendimento em creche e a quantidade de crianças fora da pré-escola em cada município de Santa Catarina.
No ano seguinte, foram finalizados os painéis de monitoramento da Meta 2, sobre atendimento da educação fundamental, e da Meta 20, que trata do financiamento da educação.
Em 2021, o programa enviou um kit de atuação para as Promotoria de Justiça iniciarem o acompanhamento dos planos municipais de educação de acordo com os painéis de monitoramento que foram desenvolvidos. No mesmo ano, o Educação na Meta recebeu o segundo lugar no Prêmio de Boas Práticas em Gestão Pública de Santa Catarina 2020, na modalidade "Gestão da saúde pública", com o projeto ¿Monitoramento dos Planos Municipais de Educação em Santa Catarina.
Em 2022, foram disponibilizados os painéis da Meta 6, sobre educação em tempo integral, e da Meta 7, sobre a qualidade da educação nas escolas. Já em 2023, foram disponibilizados os painéis das Metas 3 (Ensino Médio), 10 (Educação de Jovens e Adultos), 11 (Educação Profissional Técnica) e 19 (Gestão Democrática).
A produção e disponibilização dos relatórios à sociedade acontece por meio do Grupo Estratégico de Monitoramento dos Planos de Educação. São participantes o Governo do Estado, a Assembleia Legislativa (ALESC), o Tribunal de Contas (TCE-SC) e a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), a Federação Catarinense dos Municípios (FECAM), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME/SC), o Conselho Estadual de Educação (CEE/SC) e a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação em Santa Catarina (Uncme/SC), bem como a Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe).