O dia 2 de junho de 2023 ficará marcado para sempre na memória dos moradores de Timbó Grande, no Meio-Oeste. Naquela tarde, três homens renderam funcionários do Banco do Brasil, roubaram R$ 291 mil, um revólver, um celular, um colete balístico e um carro, trocaram tiros com a Polícia Militar, usaram clientes como escudo humano, incendiaram outro veículo e fugiram em alta velocidade com dois reféns, libertando-os mais tarde. Toda a ação foi acobertada por outras oito pessoas. 

Na mesma noite, policiais encontraram "miguelitos" idênticos aos lançados na fuga para furar os pneus das viaturas dentro de outro automóvel. A abordagem acabou sendo fundamental para identificar os 11 envolvidos no crime. No final daquele ano, todos foram denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina, por meio da Promotoria de Justiça da Comarca de Santa Cecília, e se tornaram réus por formarem uma facção para praticar outros crimes. 

Agora, eles foram condenados a penas que variam de 12 a 37 anos de reclusão em regime inicial fechado. A sentença mais alta foi imposta a um dos homens que participaram diretamente do assalto, por integrar organização criminosa, praticar roubo mediante grave ameaça e provocar incêndio expondo outras vidas ao perigo. Ele foi considerado o mentor intelectual da ação, emitindo ordens aos demais integrantes da facção. 

A lista de condenados é composta por sete homens e quatro mulheres, hoje com idades entre 25 e 61 anos. Entre eles estão um pai, uma mãe e seus dois filhos, que esconderam os executores em um sítio em São Cristóvão do Sul. Cada integrante da família foi sentenciado a 18 anos de prisão. 

A Promotoria de Justiça de Santa Cecília diz que a condenação traz uma resposta para um fato que marcou a cidade de cerca de 7.300 habitantes. "Trata-se de um caso extremamente grave, que aterrorizou a população e colocou vidas em risco. A condenação representa não apenas justiça para os envolvidos, mas também um importante passo para a prevenção de novos crimes, demonstrando que ações orquestradas por facções criminosas não são toleradas".