O Promotor de Justiça Onofre José Carvalho Agostini obteve a condenação à pena de 33 anos de reclusão de Marcelo Bernardino Jerônimo, acusado pelo latrocínio que resultou na morte de João Alberto Belmonte Aigner, ocorrida em setembro de 2006. A sentença foi proferida no dia 29 de março pelo Juiz de Direito Luís Felipe Canever. Jerônimo já foi condenado, em novembro de 2006, a 21 anos de reclusão pelo latrocínio cometido também em setembro passado contra o professor Gilson Angelício da Silveira, do Colégio Energia, em acusação promovida pelo Promotor de Justiça Ricardo Francisco da Silveira. Os dois crimes foram cometidos na Capital com intervalo inferior a uma semana.

Agostini relata que, em 10 anos de atuação como Promotor Criminal, 33 anos de reclusão foi a maior pena que já viu aplicada numa condenação por latrocínio, por um único réu. Neste caso, Jerônimo e outras quatro pessoas pediram uma carona a Aigner, no Sul da Ilha, no dia 2 de setembro. O acusado confessou o crime em Juízo e contou que sua intenção foi roubar os pertences da vítima. Sentado no banco de trás do veículo, na região do Morro das Pedras, Jerônimo enforcou Aigner primeiro com as mãos e depois com o cinto de segurança. Depois retirou a vítima do carro, chutou-a e colocou seu corpo no porta-malas, abandonando-o no parque florestal do Rio Vermelho, o que configurou ocultação de cadáver.

"O acusado agiu com extremo sangue-frio e, sem demonstrar qualquer tipo de remorso ou arrependimento, descreveu detalhadamente a sua conduta", afirma o Juiz de Direito na sentença. Ao determinar a pena, o magistrado acolheu a tese de que o latrocínio foi premeditado e considerou que, pelo fato de Jerônimo voltar a praticar crime com os mesmos requintes de crueldade na semana seguinte, demonstrou "sua extrema periculosidade e desrespeito às mais básicas normas de comportamento da sociedade". A pena de 33 anos de reclusão e mais 300 dias-multa foi imposta pelos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver referentes à morte de João Alberto Belmonte Aigner.

Em relação ao professor Gilson Angelício da Silveira, Jerônimo foi condenado no final do ano passado pelo Juiz de Direito Artur Jenichen Filho a 21 anos de reclusão e a 12 dias-multa também pelos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver. Silveira foi morto também depois de conceder carona a Jerônimo, em rodovia do Sul da Ilha, no dia 8 de setembro de 2006, e teve seus pertences roubados pelo autor do crime. Neste caso Jerônimo portava um revólver calibre 38 e executou o professor com um tiro na cabeça, depositando seu corpo num barranco à margem de uma rodovia no Sul da Ilha, na localidade conhecida como Sertão do Peri. Nas duas condenações foi negado ao réu o direito de recorrer em liberdade.