A construção da cartilha
A construção da Cartilha para os Familiares ocorreu de forma coletiva e contou com a participação de pessoas autistas, familiares, profissionais que atuam na inclusão escolar e na rede de reabilitação, e Organizações Não Governamentais.
O documento é dividido em 11 capítulos e traz informações sobre o que é e quais são as principais características do autismo, quem procurar em casos de suspeita da condição, direitos da pessoa autista, inclusão escolar, barreiras e desafios, intervenção e diagnóstico precoce, como desenvolver habilidades de uma pessoa com autismo, o que fazer em momentos de crise, entre outros.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o planeta, há cerca de 70 milhões de pessoas com autismo, sendo 2 milhões somente no Brasil. No entanto, a grande incidência não diminui a desinformação sobre o transtorno, e muitos não recebem o diagnóstico, o tratamento e o respeito a que têm direito.
O transtorno do espectro autista é uma condição neurológica que pode reverberar em comportamentos específicos e nas interações sociais. Apesar da amplitude do espectro, pessoas com autismo podem apresentar algumas características em comum, como diferentes formas de comunicação, demonstrar ações repetitivas e hipersensibilidade sensorial, mas essas particularidades devem ser respeitadas e compreendidas pela sociedade com acolhimento e inclusão, sempre numa perspectiva emancipatória.
Para que crianças e adolescentes com autismo tenham a chance de se desenvolver plenamente, é necessário que o TEA seja diagnosticado o quanto antes, e é nesse momento que a observação dos pais é fundamental. Ainda não existem exames neurológicos, por exemplo, capazes de detectar o transtorno. Por isso, o diagnóstico é feito com base na observação individual e nas entrevistas com os responsáveis.
A campanha As Entrelinhas do Autismo
Com o slogan "mude de perspectiva", a campanha do MPSC foi lançada no ano passado com o objetivo de diminuir o estigma em torno dessa condição humana. Por meio de vídeos e postagens nas redes sociais, o MPSC deu início à mobilização e permanece conscientizando a população, esclarecendo os direitos que protegem as pessoas com autismo.
Histórias como a de Renata Susan Pereira, psicóloga e mãe do Heitor, uma criança com autismo, ganharam destaque na primeira fase da campanha. "Há muita desinformação sobre a condição, o que pode levar ao preconceito", explica. Nesse segundo momento, Renata frisa a importância da cartilha para cada público a quem será dirigida. "A cartilha esclarece sobre os direitos, traz informações de qualidade e diversos depoimentos de pessoas no espectro e seus familiares. Neste sentido, é um importante recurso para a luta anticapacitista e de defesa de um lugar digno na sociedade para todo ser humano, independentemente de sua condição ou diagnóstico".
A música "O Cubo", da Banda Dazaranha, cuja letra celebra as diferenças e a diversidade, é, mais uma vez, a trilha sonora da Campanha. O MPSC agradece a Banda Dazaranha que, gentilmente, cedeu a música.