Promotora de Justiça do MPSC aborda gênero e violência contra mulheres em palestra para a Rede Catarina 

À frente do núcleo do MPSC que atua no enfrentamento à violência e no apoio às vítimas, Chimelly Marcon expõe como normas culturais sustentam desigualdades e reforçam riscos para mulheres. 

01.12.2025 18:40
Publicado em : 
01/12/25 09:40

Consolidada como expressão de poder, a violência de gênero não é um fenômeno isolado, mas um mecanismo que atravessa culturas e tempos, impactando diretamente a vida e a segurança das mulheres. Esse foi o alerta da Coordenadora-Geral do Núcleo de Enfrentamento a Violências e Apoio às Vítimas, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Promotora de Justiça Chimelly Louise de Resenes Marcon, em uma palestra ministrada nesta segunda-feira (1º/12) para policiais militares que integram a Rede Catarina. 

Em sua apresentação, Chimelly explicou que o conceito de gênero surgiu nos anos 1940 e passou a ser usado pelas ciências sociais para entender desigualdades entre homens e mulheres. “O gênero é um elemento constitutivo das relações sociais e uma metáfora para o poder”, destacou. Segundo ela, compreender isso ajuda a entender como normas culturais definem papéis e comportamentos. “Ser homem ou mulher não é um estado predeterminado; é um tornar-se”, afirmou. 

Segundo ela, compreender essa dinâmica é essencial para entender como normas culturais moldam papéis sociais, comportamentos e espaços acessados por homens e mulheres.  

A Promotora de Justiça lembrou que a violência é usada para manter essa ordem. “Quando corpos desviam das expectativas impostas, recai sobre eles o disciplinamento. A violência é um mecanismo para restabelecer essa ordem. A violência é um dos principais instrumentos dessa cultura de controle”, explicou. Ela também ressaltou que nem todas as mulheres vivem a mesma realidade: fatores como raça, classe social e identidade de gênero aumentam a vulnerabilidade. “As mulheres não podem ser compreendidas a partir de uma categoria universal, mas acolhidas e protegidas nas especificidades de suas identidades”, concluiu. 

Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC