MPSC denuncia casal suspeito de aplicar golpe milionário em Schroeder

A 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Guaramirim ajuizou ação penal contra duas pessoas por suspeita de fraudes que somam mais de R$ 7 milhões. 

01.12.2025 16:31
Publicado em : 
01/12/25 07:31

Uma suposta prática de estelionato em Schroeder, no Norte catarinense, levou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) a ajuizar uma ação penal contra um casal. Eles são acusados de comandar um sofisticado esquema de golpes que teria lesado ao menos 10 vítimas entre 2023 e 2025. Segundo a denúncia, os crimes teriam envolvido valores milionários, além de intensa manipulação emocional. A denúncia já foi recebida pela Justiça. 

Na ação penal, a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Guaramirim requer a condenação dos réus por dez crimes de estelionato, além do perdimento dos bens e valores obtidos ilicitamente e da fixação de indenização mínima às vítimas. Ambos permanecem presos preventivamente. 

Na denúncia, o MPSC relata que o casal se apresentava como detentor de contratos e valores bloqueados em plataformas digitais, prometendo ganhos expressivos às vítimas. Para dar aparência de legitimidade aos crimes, exigiam pagamentos de supostas taxas de IOF, Imposto de Renda, seguros e honorários advocatícios. Os depósitos, no entanto, eram desviados para contas pessoais e até para sites de apostas on-line. 

A peça acusatória aponta que, entre os casos mais graves, está o de um médico que teria perdido R$ 3,6 milhões após acreditar na promessa de liberar um saldo de R$ 8 milhões bloqueado. Em outro golpe, um homem teria sofrido prejuízo superior a R$ 2 milhões. Há também vítimas que refinanciaram veículos, contraíram empréstimos consignados e até abriram contas bancárias usadas para apostas. 

Conforme consta na ação penal, uma das vítimas é o irmão do acusado. Ele teria induzido o irmão a vender sua parte na herança familiar. Após a venda, a vítima passou a receber pedidos de empréstimo acompanhados de forte manipulação emocional, com o denunciado chorando e alegando sofrer ameaças de morte por dívidas agrícolas no Paraná. Convencido do risco à vida do irmão, realizou pagamentos e transferências. 

A denúncia descreve que, apesar da promessa de devolução do dinheiro com acréscimo de 10% de juros, o ressarcimento nunca ocorreu. Pelo contrário, o casal continuou pressionando para novos aportes, chegando a sugerir que ele ou sua esposa fizessem financiamentos bancários para repassar valores. 

O Promotor de Justiça Rafael Scur do Nascimento, autor da ação, explicou que “os denunciados teriam se aproveitado de laços familiares e da confiança pessoal para induzir as vítimas ao erro, causando prejuízos que ultrapassam R$ 7 milhões”.  

Ele ressalta que a atuação do casal teria envolvido pressão psicológica e ameaças veladas, inclusive com menções a agiotas e riscos à integridade física das famílias. “Não se trata apenas de fraude financeira, mas de um padrão de manipulação emocional que teria levado pessoas a comprometer patrimônio, contrair dívidas e viver sob medo constante”, evidenciou. 

Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC - Correspondente regional em Joinville