Projeto Escola Restaurativa leva escuta, diálogo e promove cultura de paz em escola municipal de Campos Novos
"Hoje, vivemos um dia que ficará marcado na memória da nossa escola. Um dia especial, intenso e acima de tudo, cheio de sentido. O projeto Escola Restaurativa chegou até nós como uma resposta concreta a um chamado silencioso que há tempo ecoa em nossos corredores", foi assim que a diretora da escola Municipal de Ensino Fundamental Novos Campos, Sinclair Zotti iniciou sua fala ao agradecer a execução do projeto Escola Restaurativa.
O Projeto Escola Restaurativa chegou na Escola Municipal de Ensino Fundamental Novos Campos, em Campos Novos na última quarta-feira (06/08). Mais de 170 participantes entre estudantes, professores, colaboradores e demais integrantes da rede de educação municipal, estadual e particular vivenciaram uma jornada de escuta, pertencimento e construção coletiva de vínculos. Iniciativa do Grupo Gestor de Justiça Restaurativa do Estado de Santa Catarina (GGJR/SC), o projeto Escola Restaurativa é executado no âmbito do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pelo Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NUPIA), com o apoio do Convênio n. 117/2024.
A ação foi viabilizada por meio da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Campos Novos, a pedido da Promotora de Justiça Raquel Betina Blank.
A Promotora de Justiça afirmou que "hoje foi plantada uma semente: que essa semente possa prosperar e que possamos colher resultados desta iniciativa". A partir de uma matéria institucional do MPSC sobre Justiça Restaurativa no sul do estado, uma profissional da educação local questionou da possibilidade de trazermos este projeto para Campos Novos. E, naquele momento, naquela conversa, iniciou-se o movimento que se concretizou no dia de hoje. "Hoje estamos aqui dando este importante passo em prol na paz nas escolas e desejamos que seja apenas a primeira etapa, a fim de que possamos levar este projeto para outras escolas, para podermos ter uma sociedade pautada em relações mais pacíficas. Que possamos construir relacionamentos de paz, seja na escola, na família, na nossa cidade", disse a Promotora de Justiça.
Entusiasta da temática, a Promotora de Justiça é formada como facilitadora de círculos de construção de paz e, antes mesmo da atual gestão municipal tomar posse, já havia levado ao Executivo a proposta de implementar a Justiça Restaurativa nas escolas da cidade. "Hoje estamos aqui realizando a primeira etapa do projeto, e nosso querer é que não pare por aqui. Que possamos estender a iniciativa para outras escolas e para outras searas de atendimento às pessoas, a fim de construirmos, juntos, uma sociedade baseada em relações mais pacíficas", finalizou.
A iniciativa tem como objetivo prevenir conflitos e situações de violência no ambiente escolar - especialmente casos de bullying e exclusão, promovendo a cultura de paz e fortalecendo o sentimento de pertencimento entre os alunos. Ao partilhar experiências e aprender formas construtivas de lidar com os conflitos, os participantes desenvolvem habilidades socioemocionais essenciais para uma convivência mais respeitosa, harmoniosa e colaborativa.
O Coordenador do NUPIA, Promotor de Justiça Marco Aurélio Morosini destacou que "este dia é um começo de uma nova perspectiva. Uma nova forma de resolver conflitos e, principalmente prevenir conflitos. Essas conversas vão refletir no dia a dia da escola e no futuro da vida de cada aluno".
Esta foi a quarta escola contemplada pelo Projeto Escola Restaurativa em 2025 e marca a 17ª unidade atendida desde o início da iniciativa em Santa Catarina. Emocionada, a diretora Sinclair Zotti destacou a importância da ação para a comunidade escolar: "O fomento da paz é a primeira meta do nosso plano de gestão, porque acreditamos, com muita humildade, que sem paz não há aprendizado possível". Ela também ressaltou o impacto das atividades realizadas durante o dia: "Hoje, cada partilha, cada gesto de escuta, cada roda de conversa foi uma semente lançada. Talvez não vejamos o fruto amanhã, mas confiamos que essa terra é fértil e a colheita virá. E se essas sementes chegaram até nós, é porque os semeadores vieram - e os semeadores foram vocês, facilitadores, que doaram seu tempo, sua presença e seu amor à nossa escola. Vocês semearam paz, respeito, diálogo e, acima de tudo, esperança. Agradeço com emoção a cada um dos voluntários".
A secretária de Educação Municipal, Elenice Fornara, também avaliou as atividades de forma bastante positiva. "Hoje vivemos um dia ímpar, um dia espetacular, um dia extraordinário. Saímos empolgados para o próximo passo, que é a capacitação, e para levar esse projeto a outras escolas. Queremos dar continuidade à iniciativa e promover cada vez mais a cultura da paz", afirmou.
A vice-prefeita, Claudia da Silva Lessi, parabenizou a todos pela dinâmica realizada e destacou a relevância da iniciativa no contexto escolar. "É muito importante esse momento, essa troca de ideias. Falar sobre paz, sobre empatia, sobre se colocar no lugar do outro, sem julgamentos. Muitas vezes, a gente não sabe o que a pessoa está enfrentando em casa. Por isso, momentos como esse são tão importantes - eles precisam acontecer na escola, porque nem sempre acontecem dentro da família. Quando a escola está presente e envolvida, faz toda a diferença na vida do aluno. Parabéns a todos os envolvidos e, em especial, aos alunos que se dedicaram e se entregaram de coração à iniciativa", destacou.
Fundamentado no art. 70-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Projeto Escola Restaurativa propõe práticas educativas centradas na escuta, no diálogo e na corresponsabilidade. Com atuação articulada entre o Ministério Público, as escolas e os gestores públicos, a iniciativa busca transformar a cultura escolar e construir caminhos sustentáveis para a promoção da paz nas relações..
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