Portal da Transparência do MPSC está de cara nova
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) lançou o novo Portal da Transparência. Uma das principais novidades dessa nova roupagem é que as informações são atualizadas praticamente on-line. Isso porque o MPSC decidiu fazer de seu Portal Transparência não apenas um site para disponibilizar relatórios estatísticos para população, mas sim investiu em tecnologia de Business Intelligence para torná-lo um instrumento vivo de gestão para a Administração Superior do MPSC.
As informações são atualizadas, pelo menos, uma vez por dia. Há situações, porém, em que a revisão é efetuada várias vezes ao dia, de forma automática, pelos sistemas de informação e bancos de dados que estão conectados diretamente na base de dados do Sistema do Portal Transparência.
Além da preocupação com a atualização dos dados, o MPSC também observou a necessidade de facilitar o acesso à informação e à interatividade. O coordenador de Informação Social do MPSC, Christian Rosa, explicou que foram analisados os portais transparência de vários órgãos públicos de todo o Brasil e identificadas essas três grandes demandas.
Segundo ele, com base nesse diagnóstico, foi formatado o novo Portal Transparência do MPSC de maneira tal que pudesse atender as normas técnicas para disponibilizar um grande volume de dados e, ao mesmo tempo, permitir fácil navegação e interatividade. "É possível filtrar as informações desejadas, com total confiabilidade, já que são atualizadas praticamente em tempo real".
A reformulação do Portal Transparência do MPSC faz parte de um grande projeto chamado "MPSC em Rede", cujo objetivo é aproximar a instituição da sociedade por meio de seus espaços virtuais. Essa concepção inovadora de relacionamento com a sociedade teve um passo significativo, no início deste ano, com o lançamento do novo site do Ministério Público. Mais interativa e dinâmica, a nova página proporciona melhor usabilidade em suas diversas plataformas. Dados, ações, campanhas e notícias da instituição se tornaram espaços de diálogo com a população. Por meio deles, é possível que o cidadão tenha informações acerca de seus direitos e, ao mesmo tempo, saiba como recorrer ao Ministério Público.
Outra preocupação na reformulação do novo site foi a de facilitar o acesso aos dispositivos de prestação de contas sobre a atuação do MPSC pelos mais diversos meios. As consultas podem ser feitas de forma interativa utilizando tablets, smartphones ou computadores pessoais. "Os espaços virtuais evoluem com extrema velocidade e são cada vez mais interativos e amplamente utilizados pela população para buscar serviços, informações e conhecimentos sobre seus direitos e deveres. Por isso, precisam de constante modernização", explicou o coordenador.
O projeto de modernização do novo Portal foi pensado também com base no Manual de Identidade Visual do Ministério Público de Santa Catarina e em cumprimento da resolução n. 86/2012 do Conselho Nacional do Ministério Publico. O novo Portal Transparência está totalmente alinhado ao novo layout do portal da instituição.
Para reformular o Portal Transparência foram envolvidos Coordenadoria de Informações Sociais, Coordenadoria de Planejamento, Coordenadoria de Tecnologia da Informação, Setor de Inteligência de Negócios e Coordenadoria de Comunicação Social.
O portal transparência do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ficou em 2º lugar no ranking que avaliou o cumprimento das normas sobre o Portal da Transparência e a regulamentação da Lei de Acesso à Informação no Ministério Público brasileiro. Em 1º lugar, ficou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e, em 3º, o Ministério Público Federal.
O MPSC cumpriu 92,83% dos 251 itens avaliados pela Comissão de Controle Administrativo e Financeiro do CNMP (CCAF). Foram analisadas as informações disponibilizadas pelos 26 ministérios dos estados e os quatro ramos do Ministério Público da União (Federal, Militar, Distrito Federal e Territórios e do Trabalho).
A cada três meses, a Comissão verifica se os portais estão sendo adequados ao que está estabelecido nas disposições das Resoluções CNMP n. 86/2012, 89/2012 e 115/2014 e no Novo Manual do Portal da Transparência. Lançado no dia 16 de junho, o Manual orienta e padroniza a divulgação de informações sobre a execução orçamentária, financeira e administrativa de todas as unidades do Ministério Público.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) desenvolve, desde 2013, o Programa Transparência e Cidadania, cujo objetivo é fazer com que todos os municípios catarinenses adequem seus portais à Lei de Acesso à Informação.
No período de fevereiro de 2014 e início de 2015, o Centro de Apoio Operacional da Moralidade Administrativa (CMA) avaliou os sites das 295 prefeituras e 295 câmaras de vereadores a fim de identificar as melhorias necessárias. Desse trabalho resultou a instauração de 92 procedimentos preparatórios, 294 inquéritos civis, 14 ações civis públicas, 4 recomendações e outros 76 termos de ajustamento de conduta.
O MPSC age por meio das Promotorias de Justiça com atuação na área da moralidade administrativa. Os representantes das prefeituras municipais e das câmaras de vereadores são chamados para conversar sobre as falhas identificadas e, na ocasião, ficam definidas quais melhorias são necessárias e os prazos para a implementação.
O coordenador do CMA, Promotor de Justiça Samuel Dal-Farra Naspolini, avaliou que os resultados dos municípios catarinenses são bons, mas alerta que devem evoluir, especialmente no acompanhamento em tempo real de obras públicas, na fiscalização on-line do uso de bens públicos e na criação de bancos de dados íntegros e unificados, que permitam o controle das contas públicas de forma concomitante pelos órgãos de controle e pelo cidadão.
O Promotor de Justiça analisa que a Lei de Acesso à Informação permite à sociedade controlar a Administração Pública e combater a corrupção, além de induzir a percepção mais clara do cidadão acerca dos problemas de sua comunidade e das estruturas públicas à sua disposição para resolvê-los. "Sem essa consciência, todos os mecanismos de participação popular na política, inclusive o direito de voto, serão insuficientes para a consolidação de práticas efetivamente democráticas em nosso país", finalizou Naspolini.
Municípios catarinenses no topo do ranking dos municípios mais transparentes do Brasil
Sete municípios catarinenses integram o ranking dos 20 considerados os mais transparantes do Brasil, no que se refere ao cumprimento das normas da Lei de Acesso à Informação (Lei n. 12.527/2011). O relatório divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU), no último dia 15 de maio, inclui Apiúna, Frei Rogério, Correia Pinto, Imbuia, Florianópolis, Monte Carlo e Bombinhas na Escala Brasil Transparente.
A conquista do Estado foi além ao colocar em 1º lugar no ranking nacional o pequeno município de Apiúna, localizado na região do Médio Vale do Itajaí.
Posição | UF | Município | Nota | População¹ |
1 | SC | Apiúna | 10,00 | 10.211 |
2 | SP | São Paulo | 10,00 | 11.895.893 |
3 | PB | Nazarezinho | 9,58 | 7.330 |
4 | SC | Frei Rogério | 9,44 | 2.301 |
5 | SC | Correia Pinto | 9,44 | 14.063 |
6 | PR | Curitiba | 9,31 | 1.864.416 |
7 | SC | Imbuia | 9,17 | 5.993 |
8 | DF | Brasília | 8,89 | 2.852.372 |
9 | PE | Recife | 8,75 | 1.608.488 |
10 | CE | Fortaleza | 8,61 | 2.571.896 |
11 | SC | Florianópolis | 8,47 | 461.524 |
12 | PB | São José do Sabugi | 8,47 | 4.114 |
13 | PB | João Pessoa | 8,47 | 780.738 |
14 | PB | Taperoá | 8,33 | 15.284 |
15 | RS | São Paulo das Missões | 8,19 | 6.385 |
16 | SC | Monte Carlo | 8,19 | 9.650 |
17 | SC | Bombinhas | 8,19 | 16.897 |
Fonte: Controladoria-Geral da União (CGU)
Os portais transparência devem disponibilizar informações detalhadas referentes à execução orçamentária, às despesas e receitas públicas, à prestação de contas, aos gastos com diárias, passagem e pessoal. O detalhamento das informações abrange desde a relação de todos os integrantes da administração pública, como servidores efetivos, comissionados, aposentados, pensionistas, terceirizados e estagiários, além de cargos em comissão e funções gratificadas.
Histórico do Portal da Transparência e da Lei de Acesso à Informação
Historicamente, em âmbito mundial, o direito ao acesso à informação foi reconhecido legislativamente desde, pelo menos, 1776, na Suécia. Timidamente, as iniciativas foram sendo desencadeadas. Em 2008, a UNESCO publicou um relatório informando que, em 1990, apenas 13 países haviam regulamentado suas leis de acesso à informação. Esse mesmo estudo anunciou que, em 2008, 70 países já tinham implementado suas leis e dezenas de outros países encontram-se em adiantado processo de elaboração.
No Brasil, entretanto, os cidadãos passaram a ter direito de saber o que seus governos fazem a partir da Constituição Federal de 88. Duas disposições (Art. 5º, inciso XXXIII, do Capítulo I - dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, e o Art. 216) estabeleceram os requisitos mínimos para a divulgação de informações públicas e procedimentos para facilitar e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa.
A transparência no governo brasileiro foi implementada gradualmente, com diversos marcos:
2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF);
2003 - Criação da Controladoria-Geral da União (CGU);
2004 - Portal da Transparência;
2005 - Regulamentação do Pregão Eletrônico;
2007 - Cartão de pagamento obrigatório SICONV;
2008 - Cadastro de Empresas Inidôneas - CEIS;
2009 - Lei Complementar n. 131 (Lei da Transparência);
2011 - 1º Plano de Ação Nacional sobre Governo Aberto (OGP);
2011 - Lei de acesso à informação;
2012 - 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social.