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Nesta segunda-feira (21/7), a Procuradora-Geral de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Vanessa Wendhausen Cavallazzi, recebeu jornalistas para um café em seu gabinete, na sede da instituição, em Florianópolis. O encontro teve como objetivo apresentar os principais marcos dos primeiros 100 dias de sua gestão e compartilhar os impactos já percebidos na atuação do MP e na vida da sociedade catarinense. 

À frente do MPSC desde 10 de abril, Vanessa tem conduzido uma gestão marcada por transformação, escuta ativa e foco em resultados. Durante a conversa com a imprensa, ela destacou ações estruturantes e iniciativas inovadoras que estão mudando a forma como o Ministério Público atua no estado. 

''Isso tudo que nós tivemos nesses primeiros 100 dias é premissa para o que vem pela frente - e não é modo de falar'', iniciou a PGJ. 

Entre os temas abordados, Vanessa destacou o uso de inteligência artificial no cotidiano da instituição, por meio do programa AURA, já em fase de capacitação. Ela explicou que o programa prevê o uso de ferramentas customizadas para otimizar o trabalho dos promotores de Justiça. 

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A proposta, segundo a PGJ, é liberar tempo na agenda dos membros para que possam atuar de forma estratégica e preventiva, enfrentando as causas estruturais dos problemas sociais, como saúde mental e segurança pública. 

''Queremos romper com o ciclo vicioso e abrir espaço no fluxo de trabalho do promotor e da promotora de Justiça para que ele e ela pensem e atuem nos problemas de base'', explicou. 

Vanessa exemplificou com a realidade das internações compulsórias, que sobrecarregam os promotores e impedem uma atuação mais eficaz na origem do problema ¿ como o funcionamento adequado dos CAPS e das instituições de acolhimento. 

Outro destaque foi a criação do Escritório de Ciência de Dados Criminais, que vai mapear regionalmente os problemas prioritários e a prevalência de crimes. A ferramenta permitirá uma atuação mais precisa e coordenada com as forças de segurança. 

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''A ideia é que a gente mapeie, regionalmente, quais são os problemas prioritários em cada uma dessas regiões. Qual é a prevalência de crimes, de que tipo de crimes. Assim, o promotor e a promotora de Justiça de cada região poderão atuar em conjunto com as forças de segurança para encontrar caminhos para a resolução dessas questões de base''.

A PGJ também comentou sobre o Mapa do Feminicídio, em fase final de desenvolvimento. A ferramenta será estratégica para orientar políticas públicas de proteção às mulheres e fortalecer o combate à violência de gênero. 

''Tivemos uma redução no número de feminicídios em Santa Catarina. Mas quantas mulheres mortas podemos considerar como um número aceitável?'', questionou. E completou: ''O foco é feminicídio zero, próximo de zero. E é assim que vamos encarar.''

Além das ações voltadas à inovação e à segurança pública, Vanessa reforçou a importância do diálogo interinstitucional e da construção coletiva de soluções. Ela defendeu que nenhum setor tem a resposta completa para os desafios sociais e que é preciso unir esforços com responsabilidade e técnica. 

''Nenhum de nós ¿ nem sociedade civil, nem Ministério Público, Judiciário, Executivo ou Legislativo ¿ tem a resposta completa para os problemas. Todos nós somos parte do problema e da solução. Só sentados juntos é que vamos conseguir avançar'', concluiu, ao reafirmar seu compromisso com o diálogo aberto com a sociedade catarinense na busca contínua por gerar impacto real na vida das pessoas.