Rádio MPSC

Ouça o Promotor de Justiça Lucas Carvalho Mattiola e a Promotora de Justiça  Cassilda Maria De Carvalho Santiago Dallagnolo.

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"A mesma faca que o réu usou pela manhã para abater um porco foi a que, à tarde, ele empunhou contra três pessoas. Não foi apenas uma vida ceifada, mas o futuro de uma família inteira. A esposa da vítima fatal estava grávida - um filho que o pai nunca chegou a conhecer. O casal já tinha outro bebê, com pouco mais de um ano, na época do crime, que também perdeu o seu genitor."

A fala é do Promotor de Justiça Lucas Carvalho Mattiola durante a sustentação de acusação que resultou na condenação de um ex-vereador de Dona Emma por homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio. O ataque, motivado por divergência política, aconteceu em novembro de 2022 em um bar no centro da cidade.

Após quase 15 horas de sessão do Tribunal do Júri, realizada nesta quinta-feira (11/9) em Presidente Getúlio, o Conselho de Sentença acolheu integralmente a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O réu foi condenado a uma pena de 29 anos, 6 meses e 20 dias em regime inicial fechado e saiu do plenário preso.

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Foragido até o dia do julgamento

Mesmo denunciado pelo MPSC em 2022, o homem nunca havia sido localizado e permaneceu foragido até a data do julgamento. À época vereador de Dona Emma, ele perdeu o mandato por faltas injustificadas às sessões da Câmara Municipal.

"Um homem que trabalhava com leis deveria saber que, se fosse realmente inocente como afirmava, teria meios para provar sua inocência. No entanto, optou por ficar foragido por quase três anos", destacou o Promotor de Justiça.


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Crime por motivação política

O caso, que chocou a pequena cidade de pouco mais de 4 mil habitantes, teve origem em uma aposta de R$ 5 mil sobre o resultado das eleições presidenciais de 2022. A discussão sobre política terminou em tragédia quando o então vereador, de 47 anos, desferiu golpes de faca contra um homem, que morreu no local, e feriu outros dois, que sobreviveram após atendimento médico.

"Um desentendimento político jamais pode justificar a violência. Essa condenação mostra que a sociedade não tolera crimes motivados por ódio, e que o Ministério Público seguirá firme na defesa da vida e da democracia", finalizou o Promotor Lucas Carvalho Mattiola, que conduziu a acusação no Júri.

"Fica um recado muito importante pra toda a nossa comarca, no sentido de que o Ministério Público está vigilante a todo e qualquer crime e que não compactua com esse tipo de comportamento, independentemente de quem seja o réu", complementou a Promotora de Justiça  Cassilda Maria De Carvalho Santiago Dallagnolo, que acompanhou toda a sessão do Tribunal do Júri.