Ameaça e agressão, seguida de medo. Esta foi a sequência de fatos que levou uma mulher vítima de violência doméstica em Lages a fugir com o agressor para Palhoça, onde foi resgatada e levada para a segurança de familiares na Serra após a intervenção do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

O caso teve início no último final de semana, quando a vítima fez um boletim de ocorrência relatando ter sido agredida e ameaçada de morte pelo companheiro. Na terça-feira (5/8), a Justiça deferiu uma medida protetiva determinando que o agressor deixasse a residência e mantivesse distância da vítima.

Ocorre que a Oficial de Justiça, ao tentar intimar a mulher e o agressor de decisão judicial, encontrou apenas um imóvel fechado. Depois de várias tentativas, a vítima atendeu o telefone, chorando, e desligou. Em nova tentativa, orientada a responder apenas sim ou não, ela informou, ainda chorando, apenas não estar sozinha e que não poderia falar.

Informada da situação, a equipe da 10ª Promotoria de Justiça, com auxílio da Divisão de Investigação Criminal da Polícia Civil, iniciou uma série de diligências, buscando informações com amigos e parentes da vítima, até descobrir que ela poderia estar em uma casa da família do agressor na Comarca de Palhoça. Com a informação, a Polícia Militar foi acionada para ir ao local.

Lá, encontrou a mulher, muito assustada, que declarou ter ido com o companheiro para Palhoça por medo de que, se permanecesse na casa em Lages, ele pudesse levar a cabo as ameaças de morte que fez, mesmo com a medida de proteção. Os dois foram, então, intimados da decisão judicial que estabeleceu as medidas protetivas, e a mulher foi encaminhada para a casa de familiares na Serra.

Para a Promotora de Justiça Mônica Lerch Lunardi, casos como esse demonstram que é importante que as vítimas de violência doméstica denunciem e acreditem que exste um sistema de Justiça pronto para garantir a proteção e evitar que os casos de agressão se repitam, numa escala normalmente crescente de violência.