O chefe do MPSC também rendeu um agradecimento especial à Promotora de Justiça Lara Peplau, diretora do CEAF, bem como ao Juiz de Direito Márcio Schiefler Fontes, responsável pelo Comitê de Enfrentamento à Desinformação do TRE/SC e um dos idealizadores do evento.

"Com a união de forças, alcançamos resultados significativos no combate à criminalidade organizada. Somos gratos às Forças Policiais em Santa Catarina e demais instituições parceiras. É uma grande honra poder concluir este mandato à frente do MPSC com um evento dessa magnitude, que certamente produzirá resultados no trabalho da força-tarefa por um bom tempo. São muitas vidas salvas e muitos jovens protegidos, graças a esse trabalho fantástico feito a muitas mãos", afirmou.

Em sua explanação, o coordenador adjunto do GAECO e coordenador do CyberGAECO, Promotor de Justiça Diego Roberto Barbiero, enalteceu a presença maciça dos integrantes dos Grupos Especiais de Combate às Organizações Criminosas, os quais considerou "os grandes protagonistas" das conquistas alcançadas nos últimos anos nessa nova formatação de força-tarefa trazida pelo Ministério Público. Barbiero também citou Martin Luther King, ao dizer que "a injustiça em um lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar", destacando que essa é uma reflexão necessária quando se pensa em crimes cibernéticos.

"O crime cibernético não respeita fronteiras e acontece em todo lugar. E o crime que debateremos aqui, a extorsão sexual, é um dos mais cruéis. Ele retira a infância, retira a pureza, retira a naturalidade de crianças e as torna objetos, meros objetos de comercialização com valores econômicos para serem compartilhados na rede mundial de computadores. Muitas vezes se diz que a internet é o grande vilão, mas não é. Os vilões sempre foram os criminosos", destaca.

Ciclo de palestras

A conferência de abertura da programação de palestras ficou por conta do Adido Adjunto da HSI na Embaixada Norte-Americana em Brasília, Eric Cardiel, responsável por supervisionar uma força-tarefa de Crimes Cibernéticos contra Crianças. Com o tema "Ameaças Digitais: A Realidade da Extorsão Sexual nos EUA", Cardiel citou muitos exemplos de casos e explicou que o trabalho não trata apenas de educação, mas envolve técnicas voltadas a identificar e capturar os predadores que atacam as crianças. Também destacou tendências que estão sendo empregadas na aplicação da lei dos EUA.

"Meu propósito é passar uma visão geral das investigações de segurança interna, o que fazemos em todo o mundo e aqui no Brasil. Vou falar um pouco sobre extorsão sexual e dar alguns exemplos de casos em que trabalhamos nos Estados Unidos. Um dos pontos-chave da minha apresentação é sobre construir a rede e o compartilhamento de informações entre os investigadores de diferentes países, na área de crimes cibernéticos. Os criminosos estão sempre evoluindo e temos que evoluir como policiais também", afirmou.

Na sequência, foi realizado o painel "Estratégias Americanas contra a Extorsão Sexual Online por Meio da Educação", com o palestrante Ryan Foreman, que há 12 anos trabalha como Agente Especial na Agência de Segurança Diplomática do Departamento de Estado dos EUA. O painel contou com a participação do Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Mauro da Fonseca Ellovitch, como debatedor, e foi presidido pelo Delegado-Geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.