Responsável por aterro irregular deverá recuperar área de preservação permanente no bairro Palmital em Chapecó
Após aceitar acordo de transação penal proposto pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e homologado pela Justiça, o proprietário de uma área localizada no bairro Palmital, em Chapecó, que realizou aterramento irregular, terá de recuperar a área de preservação permanente (APP) atingida e prestar 40 horas de serviços à comunidade.
Em novembro de 2021, a Polícia Militar Ambiental (PMA) de Chapecó, a partir de denúncia recebida de dano em APP, realizou vistoria no local indicado e constatou que foi feito um aterro na área protegida. O aterro impede a regeneração natural da vegetação. A PMA apurou que na área há um curso d'água e que não foi respeitada a faixa de área de proteção permanente de 30 metros, prevista no Código Florestal.
Diante disso, a 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Chapecó apresentou proposta de transação penal. Ao aceitá-la, o dono da área se comprometeu a restaurar a APP, por meio da execução de plano de recuperação da área degradada, aprovado previamente pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sedema), no prazo de 12 meses.
Já com relação a prestação de serviços à comunidade, o responsável deverá cumpri-la no prazo de quatro meses a contar da homologação do acordo.
Entenda o crime
Ao promover o aterramento irregular, próximo a curso d'água em desrespeito à faixa de preservação permanente, mesmo em perímetro urbano, o proprietário comete a infração penal prevista no artigo 48 da Lei de Crimes Ambientais, que prevê a pena de seis meses a um ano de detenção a quem impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação.
Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) firmou a tese de que mesmo se tratando de área localizada em perímetro urbano, as determinações do Código Florestal devem ser respeitadas. "[...] a fim de assegurar a mais ampla garantia ambiental a esses espaços territoriais especialmente protegidos e, por conseguinte, à coletividade."
O Promotor de Justiça Eduardo Sens ressalta a importância desse entendimento porque "as áreas de preservação são como os cílios dos olhos. Sem os cílios, os olhos se tornam opacos e sem vida. Sem a APP, os rios morrem. A APP é de suma importância para que o ciclo da vida se complete e a biota se regenere diariamente."
Últimas notícias
18/11/2025MPSC instaura procedimentos e apura brigas entre torcidas e possível crime de racismo em jogo entre Avaí e Remo
19/11/20252º dia do Congresso de Direito Eleitoral aborda fragilidades e desafios de novo Código
18/11/2025FRBL destinará R$ 821 mil para compra de novos equipamentos do Procon estadual
18/11/2025GAECO do MPSC apoia operação Invoice contra sonegação fiscal deflagrada pelo MP de Alagoas
18/11/2025GAECO catarinense cumpre mandado de prisão e de busca e apreensão em apoio ao GAECO do MPCE
18/11/2025MPSC e FACISC firmam adesão ao Protocolo “Não é Não” em evento que reuniu setor público e empresarial
Mais lidas
10/10/2025GAECO deflagra Operação “Hora do Show” que investiga irregularidades e direcionamento em processos de contratação pública no Oeste
15/10/2025GAECO, em apoio à 39ª Promotoria de Justiça da Capital, deflagra operação para combater organização financeira de facção criminosa
08/10/2025GAECO e Polícia Civil deflagram a operação “Carta branca” para apurar crimes contra a administração pública na região do Planalto Serrano
09/10/2025Mulher que matou companheiro em reserva indígena é condenada
31/10/2025GAECO deflagra Operação Nuremberg para desarticular um dos maiores grupos neonazistas em atividade no Brasil
12/11/2025STJ atende parcialmente MPSC e reconhece que, até 300 metros da preamar, toda restinga é área de preservação permanente