"Nesses grupos iremos trabalhar de início uma psicoeducação, falaremos muito da conscientização sobre o uso dessas substâncias e dos malefícios. Mas, ainda mais importante, iremos trabalhar a identidade dessas pessoas que estão presas, que muitas vezes são alvo de estigmas e a própria pessoa não consegue se perceber de outro jeito. Então, tentaremos trazer as potencialidades de cada um, trabalhando em uma perspectiva de eles pensarem e repensarem em seus projetos de vida. Porque o que se percebe é que, muitas vezes, a pessoa sai do sistema prisional e não tem um projeto de vida, não tem planos, motivações e isso acaba incorrendo em múltiplas reincidências, em voltar a usar drogas, em cometer crimes. Então, vamos trabalhar tudo isso, de eles se verem de outra forma e como eles podem, aqui fora, ter um outro plano de vida", detalhou a professora.
Conforme o Promotor de Justiça Jadson Javel Teixeira, que idealizou o projeto, diante de uma série contínua de furtos cometidos por esses indivíduos, viu-se que o cerne da questão está na dependência do infrator, particularmente em relação ao crack. Logo, trabalhando a causa, é possível crer na redução da reincidência criminal.
"Ajudar os dependentes químicos encarcerados. Tudo começou com esta ideia e virou esse projeto magnífico, o qual foi apresentado ontem na Unesc. Em vez de encarar o apenado apenas como um criminoso, o programa busca implementar estratégias para que os indivíduos tenham acesso a tratamento na área da saúde. E tudo isso só está ocorrendo porque a Unesc abraçou a ideia. Foi aquela mão amiga que precisávamos para dar esse start. E junto com ela vieram outros parceiros: a equipe de psicologia, o diretor e o chefe de segurança do Santa Augusta. Todos são importantes nessa caminhada. Cada qual com a sua parcela de contribuição. Agora, vamos avançar para o próximo passo: a sua implementação. E torcer para que continue dando certo", pontuou o Promotor.