Será julgado pelo Tribunal do Júri nesta quinta-feira, às 13h30, o engenheiro mecânico Manfred Landgraf, 44 anos, acusado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) da morte de seu enteado, Arley de Jesus, de quatro anos, ocorrida em fevereiro de 1990 em Joinville. Landgraf é natural da Alemanha e viveu em Joinville tendo como companheira a mãe de Arley, a brasileira Sueli Maria de Jesus. O Promotor de Justiça Andrey Cunha Amorim vai relatar ao Júri que o alemão submeteu o menino a sessões sistemáticas de tortura até sua morte, quando bateu fortemente na criança, provocando-lhe traumatismo craniano. O exame realizado no corpo de Arley mostrou sinais nítidos de sevícias, além de várias lesões.

O Ministério Público acusa o réu pela prática de homicídio qualificado por motivo fútil e por meio cruel. Landgraf está recolhido atualmente no Presídio Regional de Joinville. Ele retornou para a Alemanha após o crime e voltou ao Brasil em 2003, quando a Polícia Federal o prendeu pelo homicídio em Natal (RN), e posteriormente o conduziu a Joinville. Segundo o Promotor de Justiça, ele responde a vários processos na Alemanha por crimes como estelionato e lavagem de dinheiro, onde também foi expedido mandado para sua prisão. O Supremo Tribunal Federal (STF) já deferiu sua extradição ao País europeu, mas ela só deve ocorrer após o julgamento do homicídio em Joinville. E, sendo condenado, Landgraf deverá primeiro cumprir a pena no Brasil. O Tribunal do Júri será presidido pelo Juiz de Direito Renato Luiz Carvalho Roberge.