25.08.2022

Saúde mental e(m) rede


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A vida em rede nos coloca em permanente contato com o mundo e com os outros. Em pouco mais de uma década, a internet revolucionou nossos hábitos, formas de interação e até mesmo nossa percepção de tempo e espaço, de modo que não se pode mais imaginar a vida em sociedade sem ela. Porém, mais do que estar em rede, é preciso acompanhar as mudanças dessa realidade social.

Tão inevitáveis quanto a adaptação a essa nova realidade são as consequências que ela traz para a saúde mental, em especial para os jovens. O abuso no uso de redes sociais já é considerado uma doença, que recebeu o nome de "adicção por internet". Especialistas apontam que as redes sociais têm o mesmo potencial de viciar que o álcool, o cigarro e outras drogas, um reflexo do chamado "medo de ficar de fora". A necessidade crescente de estar atualizado sobre todos os assuntos, memes e trends conduz a uma interminável atualização de status, com potenciais prejuízos à saúde.

O conteúdo publicado e consumido em redes sociais, caracterizado por aspectos narcisistas e pelo reforço a padrões de vida, consumo, beleza e comportamento, potencializa esse impacto na saúde mental, com estudos apontando prevalência de sintomas de ansiedade, depressão, baixa autoestima, consumo de substâncias e tendências a atitudes suicidas. É preciso dialogar sobre o problema e capacitar os serviços de saúde mental.

Essas são algumas das razões que levaram o MPSC e a Associação Catarinense de Psiquiatria a eleger como assuntos do evento alusivo ao Setembro Amarelo o uso exagerado da internet pelos jovens e como o uso de substâncias psicoativas se tornou um modo de aliviar a angústia e outras consequências dessa nova realidade, potencializada pelo necessário isolamento social durante a pandemia.

O título deste breve texto nos convida a outras redes. A primeira é a rede de apoio desses jovens, que, junto com eles, é o público-alvo das palestras. A segunda é a Rede de Atenção Psicossocial, dedicada ao atendimento em saúde mental pelo SUS. Ainda, será lançado o programa "Saúde mental em rede", do MPSC, que tem por objetivo ampliar e fortalecer os serviços de saúde mental no estado, que ainda tem cerca de 60% dos 295 municípios sem suporte de Centro de Atenção Psicossocial - CAPS. O evento será no dia 13 no MPSC.

Douglas Roberto Martins

Promotor de Justiça e Coordenador de Centro de Apoio dos Direitos Humanos do MPSC



Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC