Em audiência pública, MPSC defende manutenção de súmula do STJ que impede redução da pena abaixo do mínimo legal
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) defendeu, em uma audiência pública na tarde desta quarta-feira (17/5), a manutenção da Súmula n. 231 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na sua redação original. A súmula prevê que a incidência de circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
A audiência pública, que ocorreu de forma híbrida, no STJ, em Brasília, foi convocada pelo Ministro Rogerio Schietti Cruz para ouvir entidades e especialistas interessados em discutir a possível revisão da Súmula n. 231 a fim de subsidiar a Terceira Seção no julgamento da questão em recursos que tramitam naquela corte.
Abolir ou rever a súmula é adotar um sistema de ampla indeterminação, com uma ruptura significativa de sólida base jurisprudencial tecida pelo STJ ao longo de seus quase 35 anos de existência, sustentou presencialmente o Coordenador-Adjunto da Coordenadoria de Recursos Criminais do MPSC, Procurador de Justiça Abel Antunes de Mello.
O Procurador de Justiça ressaltou que a observância dos limites mínimo e máximo de pena tem calcado o nosso Código Penal desde sua criação. São limites pensados pelo Poder Legislativo como os mais adequados para garantir a função preventiva e repressiva da pena cominada para cada tipo pena. Estes limites conferem, sobretudo, a segurança e a previsibilidade necessárias para nosso sistema penal como um todo, disse.
O representante do MPSC também parafraseou o ex-Ministro Felix Fischer para defender a manutenção da súmula. Teríamos que aceitar, também, a hipótese de que as agravantes ('que sempre agravam a pena') pudessem levar a pena acima do limite máximo (o outro lado da ampla indeterminação). Abel lembrou, ainda, que no nosso ordenamento jurídico há diversos institutos despenalizadores que trazem como requisitos justamente as penas mínima e máxima abstratamente cominadas: a suspensão condicional do processo, a transação penal ou o acordo de não persecução penal.
A audiência pública contou com a participação de representantes de 44 instituições públicas, como o Ministério Público, e entidades dedicadas à defesa de pessoas acusadas em processos criminais. O Ministro Schietti é relator de três recursos especiais (REsps 2.057.181, 2.052.085 e 1.869.764) que discutem a possibilidade de fixação da pena abaixo do mínimo previsto em lei, hoje vedada pela súmula do STJ.
Últimas notícias
18/11/2025MPSC instaura procedimentos e apura brigas entre torcidas e possível crime de racismo em jogo entre Avaí e Remo
18/11/2025FRBL destinará R$ 821 mil para compra de novos equipamentos do Procon estadual
18/11/2025GAECO do MPSC apoia operação Invoice contra sonegação fiscal deflagrada pelo MP de Alagoas
18/11/2025GAECO catarinense cumpre mandado de prisão e de busca e apreensão em apoio ao GAECO do MPCE
18/11/2025MPSC e FACISC firmam adesão ao Protocolo “Não é Não” em evento que reuniu setor público e empresarial
18/11/2025MPSC apresenta recurso e garante aumento de pena para réus que mataram dois irmãos em Criciúma
Mais lidas
10/10/2025GAECO deflagra Operação “Hora do Show” que investiga irregularidades e direcionamento em processos de contratação pública no Oeste
15/10/2025GAECO, em apoio à 39ª Promotoria de Justiça da Capital, deflagra operação para combater organização financeira de facção criminosa
08/10/2025GAECO e Polícia Civil deflagram a operação “Carta branca” para apurar crimes contra a administração pública na região do Planalto Serrano
09/10/2025Mulher que matou companheiro em reserva indígena é condenada
31/10/2025GAECO deflagra Operação Nuremberg para desarticular um dos maiores grupos neonazistas em atividade no Brasil
12/11/2025STJ atende parcialmente MPSC e reconhece que, até 300 metros da preamar, toda restinga é área de preservação permanente