Agosto Lilás: Promotores de Justiça reforçam aproximação com a comunidade em palestras sobre violência doméstica em Criciúma
Mais de 25 milhões. Este é o número estimado de brasileiras que já sofreram violência doméstica em algum momento da vida. Do total, 52% relataram terem sido agredidas pelo próprio marido e 15% por ex-companheiros. Os dados da pesquisa nacional do Data Senado de 2023 refletem também a realidade de muitas mulheres no Sul catarinense.
Na Comarca de Criciúma, no último ano, 776 medidas protetivas foram solicitadas, quase o triplo de requerimentos feitos para a proteção de mulheres em 2022. Somente neste ano na cidade de Criciúma foram registradas mais de 574 denúncias por ameaça, 220 por lesão corporal, 168 por injúria, 118 por vias de fato e 72 por difamação, além de outras ocorrências como estupro, calúnia, injúrias e demais crimes praticados contra mulheres.
O cenário da violência doméstica e os dados foram abordados pelos Promotores de Justiça Greice Chiamulera Cristianetti e Samuel Dal Farra Naspolini em palestras realizadas na aula inaugural do curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarina (Unesc). Os encontros ocorreram na manhã e na noite da última quinta-feira (1º/8) e contaram com a participação de acadêmicos e professores do curso, que puderam relatar suas experiências, debater e tirar dúvidas acerca do tema com os Promotores de Justiça.
Com o propósito de compartilhar com os alunos informações sobre a atuação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) no combate à violência doméstica, os Promotores falaram sobre suas atribuições como membros do órgão, os mecanismos de prevenção à violência contra a mulher, fases de um processo, formas de denunciar, como funciona a aplicação da Lei Maria da Penha, entre outras explanações a partir de dúvidas apresentadas pelos acadêmicos.
O Promotor Samuel Dal Farra Naspolini enfatizou a importância da prevenção, reforçada em ações externas como palestras, que abrangem todo tipo de público. "Foi muito interessante, porque nós sentimos muito engajamento por parte dos alunos, tivemos muitas indagações sobre o tema, muito interesse em descobrir como o sistema atua nestes casos, e isso faz parte dessa nova forma de trabalho do Ministério Público, com ênfase não apenas na repressão, mas também na conscientização e na prevenção", disse.
Para a Promotora Greice Chiamulera Cristianetti, trabalhar o tema com a sociedade é de extrema importância. "Tratar deste assunto fora das Promotorias é trazer a conscientização para a população de que sim, existe uma punição para os agressores, mas de que também há um acolhimento para as vítimas. Trabalhar este tema com a sociedade é uma forma de estreitar laços, porque muitas vezes a pessoa que precisa do apoio do Ministério Público não sabe que ela tem esse amparo. Ela muitas vezes acredita que o MP é um local intocável, sem acesso, e não: é justamente para atender ao público que a gente existe e trabalha", destacou.
O encontro contou também com uma palestra da psicóloga e professora da Unesc Laís Steiner Massari, que abordou os sinais que ajudam a identificar possíveis vítimas de violência, como o isolamento, as mudanças de comportamento, a tristeza, o esgotamento mental, a depressão e a ansiedade. "A violência, além das marcas físicas no corpo, é muito mais interna e é preciso estar atento a isso", sublinhou.
A psicóloga destacou, ainda, a importância da aproximação entre o Ministério Público e a Unesc para aprimorar os atendimentos e combater a violência. "Infelizmente os índices são bem altos e a gente precisa conscientizar cada vez mais pessoas para que consigamos desmistificar alguns padrões sociais e culturais e trazer mais qualidade de vida para essas pessoas, mostrando caminhos que elas possam seguir para sair disso e mecanismos de acolhimento para estas mulheres", completou a psicóloga.
Agosto Lilás
O Ministério Público catarinense realiza neste mês ações de conscientização sobre o enfrentamento à violência contra mulher em todo o estado. Uma delas ocorre nesta sexta-feira (2/8) em Florianópolis: é o 3º Ciclo de Diálogos sobre a Lei Maria da Penha . A programação conta com palestras sobre direitos humanos e relações de gênero, o compartilhamento de boas práticas no âmbito do MPSC, o trabalho do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes (NAVIT) e a proteção integral da mulher.
Termômetro da Violência Doméstica
No evento será lançado o Termômetro da Violência Doméstica, uma ferramenta desenvolvida pelo Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar e contra a Mulher em Razão de Gênero (NEAVID) para auxiliar as mulheres a identificarem em seus relacionados possíveis sinais de violência. O Termômetro, que estará disponível no site do MP catarinense, funciona como um quiz com 22 opções que a usuária deve preencher caso identifique as situações em seu relacionamento.
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