"Saúde mental, sofrimento psíquico e suicídio: vamos conversar?" foi o tema da primeira live do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) neste mês de conscientização sobre a saúde mental, o Setembro Amarelo. Três especialistas convidados discutiram questões relacionadas à saúde mental. A necessidade de falar sobre como estamos nos sentindo, a importância de informação sobre o suicídio e estratégias para cuidar da saúde mental foram alguns dos tópicos principais do evento. A gravação da palestra estará disponível no canal do MPSC no YouTube

Ações como essa têm o objetivo de normalizar a saúde mental como tema a ser debatido pela sociedade e de ressaltar a importância da busca por ajuda. A campanha do Setembro Amarelo do MPSC deste ano é definida pelo slogan "Tudo bem não estar bem. E tudo bem procurar ajuda também". 

A psicanalista e jornalista Amanda Mont'Alvão Veloso falou sobre a necessidade de falarmos sobre nossos sentimentos, a importância de nos atentarmos a como lidamos com o sofrimento psíquico e a naturalização da saúde mental como pauta na sociedade. "A saúde mental não deve ser um assunto sazonal; ela não deve ser só lembrada quando a gente está em uma situação de desespero ou emergência. A questão da saúde mental precisa ser instituída no dia a dia. Esse é um dos desafios mais urgentes da nossa sociedade", ressaltou Amanda. 

Soraya Carneiro Carvalho-Rigo, psicóloga e coordenadora do Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (NEPS/CIAVE) da Bahia, explicou como lidamos com o suicídio e desmistificou alguns pensamentos comumente relacionados ao tema. Soraya destacou que "o grande problema é a falta de informação e conhecimento. Isso faz com que o sofrimento humano seja reduzido a ideias simplistas e reducionistas, aumentando o preconceito e levando a uma compreensão equivocada do problema e abordagens inadequadas."

A forma como lidamos com as redes sociais e como elas nos afetam também foi um ponto abordado. O psiquiatra Rodrigo Rosa Silveira falou sobre o imediatismo da internet e como lidamos com ele. "Para melhorarmos nossa saúde mental, criarmos resiliência e enfrentar o dia a dia, precisamos achar uma atividade que nos conecte com o 'aqui e agora'. [...] Ache um esporte para chamar de seu, saiba com clareza o que fazer para conseguir momentos durante a semana para silenciar as ânsias pelo futuro e as lembranças do passado", explicou o psiquiatra, ao falar sobre estratégias que podemos adotar para tranquilizar a mente. 

Os especialistas frisaram que a questão do suicídio é multifatorial, ou seja, envolve diversos fatores, por isso é complexa. A gravação completa da transmissão está disponível no canal do MPSC no YouTube. Você pode acessar o conteúdo para entender mais sobre o tema. 

O Coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Terceiro Setor (CDH), Promotor de Justiça Douglas Roberto Martins, mediou a participação dos palestrantes. O evento também teve a participação do Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Promotor de Justiça Alexandre Stefani, que representou a administração do MPSC. A psiquiatra Deisy Mendes Porto, presidente da Associação Catarinense de Psiquiatria, representou a instituição, que é parceira da campanha. 

Na próxima quinta-feira (9/9), o MPSC promove a segunda live da campanha do Setembro Amarelo. "Preciso de ajuda... e agora? Redes de apoio" é o tema da transmissão feita pelo canal do YouTube do MPSC às 19 horas. Para participar, não é necessário inscrição. 

SAIBA COMO BUSCAR AJUDA

acessar o CVV

Além de conscientizar sobre os diferentes sintomas psicológicos, o MPSC também vai divulgar informações sobre as formas de procurar ajuda. Afinal, o acolhimento nesses momentos é fundamental para sair de situações delicadas.

Se você sente que necessita de suporte emocional ou conhece alguém que precisa de ajuda, entre em contato ou indique o Centro de Valorização da Vida. O CVV é uma iniciativa gratuita que oferece apoio emocional especializado. Ele pode ser contatado por chat no site, por e-mail ou pelo número 188, a qualquer momento. 

Além disso, o Sistema Único de Saúde oferece atendimento para quem sofre com problemas de saúde mental. Procure a Unidade Básica de Saúde da sua localidade e se informe. Afinal, tudo bem não estar tudo bem! E tudo bem procurar ajuda também.