Violência contra a mulher foi tema de palestra do MPSC para estudantes de Camboriú
A aposta na educação para prevenir e diminuir os índices de um problema grave é um dos pontos de partida das palestras de profissionais do Direito para estudantes de Camboriú. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) é parceiro de um projeto desenvolvido pelo Tribunal de Justiça para falar com os alunos sobre a situação da violência contra a mulher. No auditório da Secretaria Municipal de Educação de Camboriú, a Promotora de Justiça da 3ª Promotoria da comarca falou sobre os números, as leis, as penas e o que pode ser feito para prevenir e denunciar esses crimes, além de responder aos questionamentos dos alunos.
O crush perfeito existe? Esta foi a pergunta do início da palestra para alertar principalmente as alunas sobre os perigos do relacionamento abusivo. Crush é uma palavra em inglês que, em tradução livre, pode ser interpretada como aquela paquera, a paixão de momento.
No bate-papo com os alunos do nono ano do ensino fundamental da Escola Básica Municipal Professor Arthur Sichmann, a Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza falou sobre os sinais de alerta de que uma relação pode evoluir para violência, que começa de forma verbal, mas que pode chegar à agressão física e até à morte.
Só em 2022, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, foram 56 feminicídios no estado. O índice é alarmante e por isso a informação é necessária, principalmente na faixa etária dos estudantes que participam das palestras, fazendo com que se tornem multiplicadores da orientação entre seus colegas, na escola e na comunidade, destaca Promotora de Justiça, que alertou aos alunos que, se perceberem sinais de abuso, é preciso pedir ajuda a uma pessoa de confiança, bem como denunciar na Delegacia de Polícia e no Ministério Público.
Na conversa com os estudantes, foram explicadas também as penalidades a quem comete violência contra a mulher, essencial para que os jovens conheçam as consequências desses atos. Questões como a Lei Maria da Penha, as medidas protetivas e o tempo de pena a que o agressor pode ser condenado ao cometer crimes contra mulheres foram expostas pela Promotora de Justiça e chamaram a atenção das alunas e dos alunos.
Eu acho muito importante ter esse conhecimento, principalmente no que a Promotora falou na questão da prevenção à violência, tomar as primeiras medidas caso alguém esteja vivendo essa situação ou quando presenciamos isso, avalia a estudante Yasmin Braga Maffei, de 13 anos.
A informação serve para isso. Para trazer dúvidas, questionamentos, para que eles possam ir atrás de outras informações a partir desse início que tentamos trazer com esse projeto para as escolas, pontua a Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza.
A Promotora de Justiça lembra que Camboriú é uma das cidades com maiores índices de violência contra a mulher no estado, tanto de lesão corporal como de feminicídio. Por isso, falar desse tipo de crime entre os jovens é tão importante para a prevenção.
Percebemos que, por mais instrumentos que se tenha de defesa da mulher, como medidas protetivas, botão do pânico, ainda assim a violência não reduziu. Então, trabalhar em todas as frentes com a informação e com a prevenção acredito que seja muito necessário neste momento, completa a Promotora de Justiça.
O projeto é promovido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em parceria com a Secretaria de Educação do Município, o Ministério Público, a Ordem dos Advogados e as Polícias Civil e Militar.
Participam das palestras Promotoras de Justiça, magistradas, advogadas, policiais, assistentes sociais e psicólogas.Na próxima semana, deverão ser proferidas palestras para alunos do ensino médio de Camboriú.
Legenda: Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza na palestra na Secretaria de Educação de Camboriú
Rádio MPSC
Ouça a Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza.
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