Iniciativa foi lançada na escola municipal São João Batista La Salle |
Miguelzinho é um pequeno super-herói em quadrinho que luta pela sobrevivência do rio Guamirim, o principal de São Miguel do Oeste que deságua no rio Famoso, que abastece as cidades de Descanso e Belmonte. Responsável pelo desenvolvimento da cidade na década de 1940, o rio serve hoje como depósito de lixo e esgoto dos moradores da cidade. O personagem faz parte do projeto de educação ambiental "Miguelzinho, o amigo de São Miguel do Oeste", desenvolvido pelo Promotor de Justiça Luiz Fernando Góes Ulysséa e pelo Professor e Mestre em Biologia Wilson Marta Fernandes.
Das 167 propriedades ao longo do curso d'água, fiscalizadas pela Polícia Militar Ambiental a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), apenas três não jogam os seus dejetos no rio e boa parte está em área de preservação permanente. Ciente da importância do rio para a saúde da população, uma vez que crianças ali se banham e muita gente toma da sua água, Miguelzinho sai pela cidade tentando conscientizar os moradores da necessidade de implantar o saneamento básico.
Estudantes da escola Marechal Artur da Costa e Silva também aderem ao projeto |
A missão do pequeno super-herói é interrompida pelo Poluidor, um monstro que se formou a partir do lixo e do esgoto que se acumulam no Guamirim. Miguelzinho não se amedronta. Luta e vence. Só que o Poluidor promete voltar: "Eu voltarei. Você não pode me vencer"."Sozinho não! Mas com a participação de toda a população do município de São Miguel do Oeste, você não é de nada", rebate Miguelzinho, que termina a sua caminhada tomando banho num rio limpo e claro.
O projeto do titular da 2ª Promotoria de Justiça de São Miguel do Oeste tem como objetivo criar e desenvolver uma proposta pedagógica direcionada a educação ambiental nas escolas municipais, estaduais e particulares da cidade.
A iniciativa conta com dois gibis do super-herói Miguelzinho - em um deles a criança pode construir a sua própria estória -, camisetas e um vídeo de 16 minutos que mostra a problemática do rio Guamirim produzido pelos estudantes de jornalismo da UNOESC. Tudo para que os estudantes discutam em sala de aula a importância da preservação do meio ambiente tendo o ecossistema local como referência.
Apoios à iniciativa
As escolas municipais São João Bastista de La Salle e a Marechal Artur da Costa e Silva já incluíram o assunto como projeto piloto. E as escolas particulares Jesus Maria José e La Salle Peperi irão levar a iniciativa para a sala de aula. A Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), o Rotary Club, o Lions Clube/Centro e o Lions Clube/Universitário e a Secretaria Municipalde Educação de São Miguel do Oeste também aderiram ao projeto, possibilitando a confecção de camisetas e a inclusão de gibis em sala de aula.
Mais recentemente a Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade e a Associação Comercial e Industrial da cidade passaram a apoiar o projeto, caminho, aliás, que está sendo seguido por outras entidades do município. A UNOESC ainda desenvolveu e elaborou um diagnóstico aprofundado sobre a situação do rio, projeto este que contou com o envolvimento dos cursos de Biomedicina, Ciências Biológicas, Geografia, História e Agronomia. O projeto também foi apresentado na Câmara de Vereadores da cidade.
"A ideia é conscientizar os estudantes e a população da necessidade da preservação do meio ambiente. Mas caso os moradores não se engajem no projeto, o Ministério Público vai atuar por meio de ação civil pública e ação criminal. As pessoas precisam saber que o morador que joga lixo nos recursos hídricos está cometendo um crime", explica Góes Ulysséa, que resolveu trabalhar pela recuperação do Guamirim há dois anos ao verificar que o grau de poluição do rio colocava em risco à saúde da população.
"Conversei com alguns moradores que disseram que no passado tomavam banho no rio. Resolvi então instaurar um inquérito civil para fazer um levantamento da situação do rio. O diagnóstico preliminar foi assustador. Não bastasse o arremesso de plásticos e o despejo direto de efluentes domésticos, as pessoas bebem e tomam banho nessa água. O rio é um foco gerador de doenças", afirma o Promotor de Justiça. Para reverter essa realidade, Góes Ulysséa quer envolver o maior número possível de escolas."Queremos formar multiplicadores das ações relativas a sustentabilidade ambiental", explica.
Conheça o material da campanha: |
Gibi do Miguelzinho | | ( clique na imagem ) | ( clique na imagem ) | |
Vídeo que mostra os problemas do rio: ( clique na imagem para assistir - 46,76 MB ) |