Outubro Rosa no MPSC reforça importância da prevenção do câncer de mama em encontro mediado pela PGJ
Evento teve o objetivo de fomentar o debate e a conscientização sobre o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil.

Confira aqui as fotos do evento.
“Uma das primeiras coisas que eu senti após meu diagnóstico foi o desejo de não falar sobre o câncer de mama. Depois, percebi que falar abertamente auxilia a vislumbrar novos horizontes sobre o tema”. Foi pelo compartilhamento da própria história que a Procuradora-Geral de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Vanessa Wendhausen Cavallazzi, deu início ao evento “Encontro com a PGJ: unindo vozes na prevenção do câncer de mama”. A chefe do MPSC mediou um bate-papo que reuniu a servidora comissionada Betina Pires Miranda, a servidora efetiva aposentada Karina Mendes de Brito Gamba, além a médica mastologista Luiza Ramos e da psicóloga clínica e psico-oncologista Débora Parisotto. O evento foi promovido pela Gerência de Atenção em Saúde nesta terça-feira (14/10) no auditório do edifício-sede do MPSC, em Florianópolis, e contou com transmissão pelo Teams e pelo YouTube.
“Fazendo exames de rotina, aqueles que a maioria de nós não fez no ano passado, descobri um nódulo na mama. Um susto. Seguiu-se uma biópsia e uma mamotomia. O maior susto viria na sequência. Ao abrir o envelope do exame, o resultado, em letras garrafais, parecia pular do papel: carcinoma ductal in situ. Depois de ter perdido o chão, chorado um mar de lágrimas, o que se seguiu foi para acalmar o coração”, compartilhou a PGJ. “O nódulo foi retirado, estava in situ e, embora tenha esse nome horrível, não dispunha de capacidade para extravasar além de onde estava. A conta foi uma histerectomia para diminuir a produção de hormônios, tamoxifeno diariamente pelos próximos dez anos e todos os sintomas da menopausa de uma só vez. Ressonância magnética, ultrassom e mamografia de controle de seis em seis meses”, completou Vanessa.

“Você está cuidando de você?”. Com esse questionamento, a Coordenadora de Comunicação Social do MPSC, Silvia Pinter Pereira, iniciou a abertura do evento. Dezenas de mulheres e homens na plateia presencial e on-line, a maioria vestidos de rosa, ouviram atentos os relatos das participantes do bate-papo. Durante a pandemia de covid-19, Betina foi diagnosticada com câncer de mama aos 40 anos, quatro meses após dar à luz. Depois de enfrentar dificuldades com a amamentação do bebê, ela buscou auxílio médico. A confirmação do diagnóstico veio por um ultrassom e uma biópsia. Como tratamento, Betina fez uma cirurgia para retirada de parte da mama afetada pelo tumor, além de sessões de quimioterapia e radioterapia. “Eu lembro que, quando veio a notícia, meu mundo desabou. Eu tive pouco tempo para processar, porque tudo precisou ser muito rápido. Descobri numa sexta e parei de amamentar no domingo”, conta. “Sempre falo que meu filho foi meu anjo da guarda. Eu lembro de quando estava na Unidade de Tratamento Intensivo ou nas tardes de quimioterapia, enquanto fazia o tratamento, e ficava vendo fotos dele no celular, imaginando o meu bebê”, relata.

Com Karina, a história foi diferente. Ela já tinha um nódulo na mama, que era acompanhado por meio de exames a cada seis meses. Em um autoexame, percebeu que a região estava mais rígida e, com apoio médico, optou por fazer uma cirurgia para a retirada do nódulo. Nesse contexto, ela recebeu o diagnóstico de carnacinoma maligno de mama. Felizmente não havia metástase, ou seja, o câncer não havia se espalhado para outras regiões. O tratamento seguido pela paciente foi a retirada da área afetada e a realização de radioterapia. “Eu pensava: ‘Esse câncer vai embora, não vai ficar aqui. Eu vou fazer esse processo’. Sempre fui bem positiva. Cada vez que eu ia nas sessões de radioterapia, colocava a minha melhor roupa, me maquiava, arrumava o cabelo, colocava brinco. Eu tinha que ir bonita”. “Nos momentos ruins, minha força estava na minha família, meu companheiro, minhas amigas aqui do MPSC, minha filha”, complementa.

Importância do apoio psicológico
Tanto Betina quanto Karina e a chefe do MPSC puderam contar com apoio psicológico de amigos e familiares durante o tratamento. Betina relembra: “Fazia acompanhamento com minha psicóloga semanalmente e também trabalhei muito a espiritualidade, técnicas de respiração e meditação. Isso me ajudou bastante a enfrentar toda a situação”.
A psicóloga e psico-oncologista Débora Parisotto reiterou que “a forma como os pacientes lidam com as emoções pode, sim, influenciar o pós-diagnóstico. Encontrar ferramentas e meios de apoio é fundamental: um profissional com quem possamos conversar, um psicólogo, ou até mesmo alguém da equipe de saúde — uma enfermeira, um médico — com quem exista vínculo e confiança”. Nesse âmbito, “a forma como lidamos emocionalmente com o processo pode impactar diretamente o tratamento, especialmente na adesão. Quando estamos mais confiantes, esperançosos e bem-cuidados, olhamos para a vida e para as orientações médicas com mais disposição. Cada pessoa é um universo, e é necessário um mínimo de motivação emocional para seguir as recomendações médicas”, explicou a profissional.

Prevenção
A médica mastologista Luiza Ramos destacou atitudes que podem ajudar a prevenir o câncer de mama. Em relação a exercícios físicos, “nós recomendamos 150 minutos por semana, mas quanto mais, melhor. Existe evidência de redução de risco de desenvolvimento da doença que vai aumentando conforme se aumenta a atividade física”, explica a médica. Já em relação à alimentação, não existem parâmetros tão específicos que relacionem a ingestão de alimentos e a prevenção do câncer de mama. Entretanto, “de forma geral, sabemos que é importante diminuir alimentos industrializados e aumentar o consumo de alimentos frescos como frutas, verduras, fibras, mas não há uma recomendação específica e quantitativa”, esclarece a especialista. Nesse cenário, a obesidade aumenta o risco de câncer de mama, especialmente na pós-menopausa.
A médica também enfatizou a importância da mamografia. De maneira geral, a idade recomendada para pessoas sem fatores de risco começarem a fazer o exame é 40 anos. Já pessoas com alto risco devem fazer a mamografia associada à ressonância anual ou intercalada a cada seis meses, geralmente a partir dos 35 anos. É importante destacar que a avaliação é individual e deve ser feita por profissionais.





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