MPSC propõe ação por crime ambiental no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro
Depois de tentar, sem sucesso, um acordo com a Mitra Arquidiocesana de Florianópolis, na pessoa do próprio Arcebispo, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) propôs ação criminal contra a Mitra Arquiodiocesana de Florianópolis, a Paróquia de Santo Amaro da Imperatriz, a Imperatriz Center Pré-moldados Ltda. e mais três pessoas por crime ambiental cometido na localidade Vargem do Braço, no interior do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Santo Amaro da Imperatriz. O Promotor de Justiça José Eduardo Cardoso apurou que foi construído, irregularmente, um galpão com 740 metros quadrados, anexo a um salão que já existia nos fundos da Igreja de São José. A nova edificação está situada na área do Parque e junto ao manancial de Pilões, fonte que abastece a Grande Florianópolis, ou seja, em área ambiental protegida integralmente por lei.
A denúncia criminal só foi apresentada ao Judiciário depois que a Mitra, a Paróquia e a Igreja, responsáveis pela obra, não aceitaram a transação penal oferecida pelo Promotor de Justiça. A transação prevê a possibilidade de trocar o oferecimento da denúncia (proposta de ação criminal) pelo compromisso de realizar benefícios à comunidade, sob a forma de multa. Sem acordo, o MPSC apresentou a denúncia, no dia 16 de agosto e, se o Judiciário aceitá-la, terá início o processo criminal.
O Promotor de Justiça aponta que a construção, não concluída em razão de embargo administrativo imposto pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma), causou degradação ambiental. A obra foi descoberta durante operação conjunta, realizada em junho deste ano, pelo Ministério Público, Fatma e Polícia Ambiental. Durante a inspeção foi apurado ainda que a obra não dispõe de projeto de engenharia e nem de alvará de construção. "A obra de ampliação é clandestina e ilícita. Trata-se de um galpão com estrutura pré-moldada em concreto armado, com 740 metros quadrados de área térrea e com dois andares de altura, situada em solo não edificante", descreve José Eduardo Cardoso.
Além de buscar a punição na esfera criminal, o Promotor de Justiça também ajuizou ação civil pública com o objetivo de assegurar a reparação dos danos causados ao patrimônio ambiental do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro . Nessa ação, requer a concessão de liminar, ainda não apreciada pelo Judiciário, para determinar a imediata interdição e desocupação do galpão. O Judiciário já marcou audiência de conciliação com os responsáveis pela obra para o dia 29 de setembro. O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, unidade de conservação de Proteção Integral, foi criado por decreto estadual em 1975.
Últimas notícias
18/11/2025MPSC instaura procedimentos e apura brigas entre torcidas e possível crime de racismo em jogo entre Avaí e Remo
19/11/20252º dia do Congresso de Direito Eleitoral aborda fragilidades e desafios de novo Código
18/11/2025FRBL destinará R$ 821 mil para compra de novos equipamentos do Procon estadual
18/11/2025GAECO do MPSC apoia operação Invoice contra sonegação fiscal deflagrada pelo MP de Alagoas
18/11/2025GAECO catarinense cumpre mandado de prisão e de busca e apreensão em apoio ao GAECO do MPCE
18/11/2025MPSC e FACISC firmam adesão ao Protocolo “Não é Não” em evento que reuniu setor público e empresarial
Mais lidas
10/10/2025GAECO deflagra Operação “Hora do Show” que investiga irregularidades e direcionamento em processos de contratação pública no Oeste
15/10/2025GAECO, em apoio à 39ª Promotoria de Justiça da Capital, deflagra operação para combater organização financeira de facção criminosa
08/10/2025GAECO e Polícia Civil deflagram a operação “Carta branca” para apurar crimes contra a administração pública na região do Planalto Serrano
09/10/2025Mulher que matou companheiro em reserva indígena é condenada
31/10/2025GAECO deflagra Operação Nuremberg para desarticular um dos maiores grupos neonazistas em atividade no Brasil
12/11/2025STJ atende parcialmente MPSC e reconhece que, até 300 metros da preamar, toda restinga é área de preservação permanente