MPSC obtém medida de proteção para adolescentes que podem ter sido vítimas de abuso sexual em entidade esportiva de São José
O sonho de vários adolescentes de tornarem-se atletas de vôlei tornou-se um pesadelo em São José, com denúncias de crimes sexuais que culminaram com a prisão preventiva do técnico da associação sem fins lucrativos que desenvolvia projeto de cunho social e esportivo.
A fim de resguardar a segurança e a saúde física e mental dos adolescentes e evitar interferência nas investigações, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) foi à Justiça e obteve medidas de proteção cautelares para os 16 atletas - 11 meninos e 5 meninas - alojados em duas casas pela entidade.
A medida cautelar foi requerida pela 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de São José e deferida pelo Juízo da Vara da Infância e Juventude, e proíbe a aproximação de qualquer integrante da entidade com os adolescentes - além do técnico suspeito de estupro, se investiga suspeitas de fraude com bolsas-atleta e coação de testemunhas.
Conforme requerido pela Promotora de Justiça Caroline Moreira Suzin, a decisão judicial também autoriza total acesso da Assistência Social do Município aos dois endereços mantidos pela entidade para o alojamento dos adolescentes, e a toda documentação dos atletas.
No prazo máximo de 72 horas, o Município, por sua Secretaria de Assistência Social, deverá elaborar estratégia de abordagem dos adolescentes, de maneira a preservar sua estabilidade, promover sua escuta especializada e realizar o encaminhamento, com segurança e em curto espaço de tempo, às famílias de origem, custeando tais deslocamentos, se necessário.
A liminar determina, ainda, que o Município nomeie um responsável legal pelos adolescentes, disponibilize monitores em tempo integral e assuma a manutenção das casas e o fornecimento de alimentação, produtos de higiene pessoal e de limpeza, além de outros itens que se afigurarem necessários à regular rotina, nos dois alojamentos e até que seja providenciada o encaminhamento às suas famílias.
"As particularidades relacionadas ao funcionamento das casas de atletas pela associação serão apuradas com maior detalhamento em inquérito civil, de maneira a bem delimitar eventuais irregularidades em sua constituição, no recebimento de verbas (públicas e privadas) com finalidade social, e no trato jurídico com a população juvenil", completa a Promotora de Justiça.
O Município já informou, por meio de nota oficial da Fundação Municipal de Esportes de São José, que assumirá a manutenção das casas-atleta até o cumprimento da decisão judicial, e que será contratada nova entidade para dar continuidade aos projetos de voleibol comunitário e de rendimento.
Os nomes dos envolvidos não são divulgados em função do processo estar em Segredo de Justiça.
Últimas notícias
18/11/2025MPSC instaura procedimentos e apura brigas entre torcidas e possível crime de racismo em jogo entre Avaí e Remo
19/11/20252º dia do Congresso de Direito Eleitoral aborda fragilidades e desafios de novo Código
18/11/2025FRBL destinará R$ 821 mil para compra de novos equipamentos do Procon estadual
18/11/2025GAECO do MPSC apoia operação Invoice contra sonegação fiscal deflagrada pelo MP de Alagoas
18/11/2025GAECO catarinense cumpre mandado de prisão e de busca e apreensão em apoio ao GAECO do MPCE
18/11/2025MPSC e FACISC firmam adesão ao Protocolo “Não é Não” em evento que reuniu setor público e empresarial
Mais lidas
10/10/2025GAECO deflagra Operação “Hora do Show” que investiga irregularidades e direcionamento em processos de contratação pública no Oeste
15/10/2025GAECO, em apoio à 39ª Promotoria de Justiça da Capital, deflagra operação para combater organização financeira de facção criminosa
08/10/2025GAECO e Polícia Civil deflagram a operação “Carta branca” para apurar crimes contra a administração pública na região do Planalto Serrano
09/10/2025Mulher que matou companheiro em reserva indígena é condenada
31/10/2025GAECO deflagra Operação Nuremberg para desarticular um dos maiores grupos neonazistas em atividade no Brasil
12/11/2025STJ atende parcialmente MPSC e reconhece que, até 300 metros da preamar, toda restinga é área de preservação permanente