MPSC celebra protagonismo feminino e o mundo digital em evento especial
As mulheres e o mundo digital. Esse foi o tema de um evento que homenageou as mulheres do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) neste dia 8 de março. O evento aconteceu na manhã desta sexta-feira no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, em Florianópolis, e foi transmitido on-line via aplicativo Teams. O encontro promoveu reflexões sobre a busca da equidade na era digital e destacou a importância da tecnologia para o protagonismo feminino.
A primeira palestra foi com a especialista em inteligência artificial (IA) para negócios Thais Martan e abordou o tema "Inteligência artificial: a maior revolução de todos os tempos". A Promotora de Justiça Amélia Regina da Silva presidiu a mesa de debates ao lado da Subprocuradora-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos, Ariadne Clarissa Klein Sartori.
Ao apresentar a palestrante, Amélia falou sobre a importância de trazer o tema para dentro do Ministério Público. "Antigamente, o setor de tecnologia era totalmente masculino. Hoje já temos a presença feminina e acredito que é o presente, mas não o futuro. Vamos refletir e debater sobre isso neste dia tão importante, em que temos que comemorar e refletir sobre o futuro e sobre os avanços que merecemos e de que toda a sociedade precisa", disse.
Thais falou sobre o impacto da IA na vida das pessoas. "Estamos vivendo, com certeza, a maior revolução de todos os tempos na era tecnológica. Ela ultrapassa a chegada da internet. A IA, que antes era vista apenas por meio de livros e filmes, hoje faz parte do nosso dia a dia", relatou.
Ariadne destacou como a inteligência artificial tem reformulado a nossa própria existência como ser humano. "Tem muita discussão sobre o assunto, questão da ética, substituir humanos etc. Essa discussão é importante, mas, se tivermos a premissa de que a IA otimiza processos e facilita a vida, sobra mais tempo para fazermos o que é da nossa essência, como o pensamento estratégico. Trazer a IA para o dia a dia da mulher é um divisor de águas. A partir do momento em que tiramos da nossa rotina as atividades repetitivas, entregamos melhor nossas aptidões como mulher, nossa resiliência, nossa liderança, nossa empatia", afirmou.
"Trazendo para a perspectiva do Ministério Público, recordo quando falávamos sobre o assunto há alguns anos e parecia tudo muito distante. Porém, decidimos que não seríamos espectadores, mas uma liderança no país, e hoje somos uma liderança em inteligência artificial entre os MPs", complementou.
O evento foi encerrado com uma conversa sobre o mundo digital e a equidade de gênero, conduzida pela mestra em Engenharia da Computação, TEDx speaker, palestrante e escritora Dani Monteiro.
A Subcorregedora-Geral do MPSC, Cristiane Rosália Maestri Böell, presidiu a mesa e deu as boas-vindas para a palestrante. "Sou de uma geração em que, quando entrei no MPSC, levei uma máquina de escrever para fazer a prova. Isso mostra a dificuldade que algumas das gerações da instituição têm para lidar com a tecnologia e com o digital, por isso essa aproximação é muito importante", disse.
A palestrante falou sobre o mundo digital e a equidade de gênero. "Vocês que estão no MP catarinense diariamente não sabem do poder que vocês têm, e falo de poder no melhor sentido da palavra, porque o trabalho de vocês impacta diretamente a sociedade. Estou feliz em estar aqui com vocês", celebrou, ao começar sua explanação.
"Toda mulher passa, em algum momento, pela síndrome do impostor. Você estuda, se prepara, faz a diferença na vida das pessoas e mesmo assim você pensa: isso não vai dar certo", disse. Dentro da área da tecnologia, esse cenário parece ainda mais evidente.
Dani Monteiro contou sua trajetória para se tornar uma referência na área da tecnologia e no mundo digital e mostrou dados que indicam que as mulheres ocupam pouco espaço nesse campo. "Isso acontece por vários motivos, entre eles a cultura das empresas, diferenças de salários, viés de gênero, plano de carreira e dupla jornada", explicou.
"Não se assustem com a tecnologia. A tecnologia não é uma área masculina. As mulheres têm capacidade de trabalhar com a área de exatas, sim. Os homens estão ao nosso lado para mudar essa realidade. Quanto mais diversa for a tecnologia, melhor ela vai ser", disse.
A Analista do Ministério Público na Gerência de Transformação Digital e Inovação, Adriana Cristina Pedroso Ferraz, participou do debate com a palestrante. "Quando pensamos no mundo hoje, é impossível não pensar no digital e em tecnologia. Quem consegue se ver hoje sem ter um celular por perto? Quando vejo esse consumo tecnológico, IA, realidade virtual etc., eu pergunto: quem está usando e quem está produzindo a tecnologia?", indagou para a palestrante.
"Todos nós somos usuários de tecnologia. A tecnologia é criada essencialmente por homens e acaba tendo os problemas de vieses. Se tivéssemos mais mulheres e mais diversidade, talvez tivéssemos ainda mais soluções e possibilidades, porque teríamos mais visões, mais vivências e mais histórias de vida desenvolvendo tecnologia. Precisamos dar esse passo", reforçou a palestrante.
Procurador-Geral de Justiça presta homenagem às mulheres
O Procurador-Geral de Justiça (PGJ), Fábio de Souza Trajano, fez a abertura do evento trazendo uma reflexão: "Precisamos comemorar os avanços conquistados pelas mulheres, mas também precisamos pontuar algumas dificuldades que ainda encontramos no universo feminino. Infelizmente, ainda há uma mulher morrendo a cada seis horas vítima de violência no país. As mulheres ainda recebem salários menores que os homens, mesmo quando exercem as mesmas funções. Trabalhar na defesa dos direitos das mulheres e reduzir as desigualdades de gênero são pautas urgentes e que fazem parte do cotidiano de atuação do Ministério Público".
Como forma de homenagear as mulheres do Ministério Público catarinense, o Procurador-Geral de Justiça fez um resgate histórico lembrando as primeiras mulheres que ingressaram na instituição. "Com o auxílio do Memorial do MPSC, resgatamos que a primeira Promotora de Justiça nomeada foi Nayá Gonzaga Sampaio, em 1940. Somente em 5 de janeiro de 1972 foi empossada a primeira Promotora de Justiça aprovada em concurso, Hercília Regina Lemke. Imaginemos como era a sociedade de então para termos ideia das dificuldades que a Doutora Hercília teve à época para valorizar ainda mais o seu pioneirismo", lembrou.
O PGJ ainda falou sobre o crescimento do número de mulheres na instituição. "Os anos se passaram e, em 2007, tivemos o primeiro concurso em que mais mulheres do que homens foram aprovadas. Hoje há 13 Procuradoras de Justiça e 175 Promotoras de Justiça. O número reduzido de Procuradoras de Justiça ainda é reflexo do período em que majoritariamente homens ingressavam na instituição", disse. "A realidade de hoje é muito diferente. As Promotoras de Justiça já são 39% da classe. O percentual de servidoras efetivas é 42%; já o número de servidoras comissionadas chega a 77% e o de estagiárias, 73%", pontuou.
Trajano seguiu a homenagem citando algumas mulheres - Procuradoras e Promotoras de Justiça e servidoras - que estão em cargos de liderança e chefia na instituição, como também referenciou outras considerando suas atuações com critério de antiguidade nas funções. Na Administração Superior, destacou Ariadne Clarissa Klein Sartori, Subprocuradora-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos; Claudine Vidal de Negreiros da Silva, Secretária-Geral do Ministério Público; Lara Peplau, Diretora do CEAF; Marina Modesto Rebelo, Coordenadora Estadual do GEAC; e Analú Librelato Longo, Coordenadora do NUPIA. Também referenciou Marcela de Jesus Boldori Fernandes, Coordenadora do GAECO de São Miguel do Oeste. Na Corregedoria do MPSC, citou a Cristiane Rosalia Maestri Böell, Subcorregedora-Geral do MPSC e Mônica Lerch Lunardi, Secretária da Corregedoria-Geral do MPSC. Na Ouvidoria do MPSC, referenciou Rosemary Machado Silva, a primeira Ouvidora do MPSC. Na Banca de Concurso, as Promotoras de Justiça Caroline Moreira Suzin e Luciana Uller Marin. Com atuação na atividade fim, considerando critério de antiguidade, destacou: Gladys Affonso, Procuradora de Justiça; Vania Augusta Cella Piazza, Promotora de Justiça de Entrância Especial; Karla Bardio Menegotto; Promotora de Justiça de Entrência Final; Elizandra Sampaio Porto, Promotora de Justiça Entrância Inicial; e Isabela Ramos Philippi, Promotora de Justiça Substituta. Entre as servidoras do MPSC, Doris Mara Eller Brüggemann, Coordenadora de Operações Administrativas, foi referenciada.
Antes de encerrar, o PGJ falou sobre os avanços da instituição quando o assunto é equidade. "Em 2020, foi criada da Comissão de Equidade de Gênero. Em 2023, fomos o primeiro MP do Brasil a instituir possibilidade de condições especiais de trabalho para membras e servidoras gestantes, lactantes e mães, o que já assegurou o exercício dos direitos à maternidade e ao trabalho em condições dignas a muitas mulheres em um ano da sua criação", contou.
"Gostaria de encerrar essas homenagens referenciando as mulheres mais importantes de minha vida", disse, emocionado, apresentando sua esposa, Adriana; sua filha, Mariana; e suas netas, Lis e Mel. "São essas mulheres que me fazem ter muita força, despertar todos os dias com um largo sorriso e fazer o melhor que posso como ser humano, buscando sempre me aperfeiçoar", concluiu.
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