24.03.2008

Descaso dos responsáveis por vazamanto de óleo em São Francisco do Sul gera Ação Civil Pública

O Ministério Público de Santa Catarina e o Ministério Público Federal ajuizaram Ação Civil Pública contra os responsáveis pelo vazamento de óleo de uma barcaça próximo ao porto de São Francisco do Sul, que atingiu as praias da cidade e a vegetação da Praia do Forte (foto).
O Ministério Público de Santa Catarina e o Ministério Público Federal ajuizaram uma Ação Civil Pública contra as empresas responsáveis pelo vazamento de óleo provocado por uma barcaça próximo ao porto de São Francisco do Sul. Na ação, a Fatma e o Ibama também são responsabilizados e são considerados réus juntamente com as empresas Norsul (dona da embarcação), Acelor Brasil, Vega do Sul e Arcelor Mittal Tubarão (todas do mesmo grupo) donas da carga que estava sendo transportada.

A ação pede, entre outras providências, a indenização aos pescadores e a quem teve suas atividades econômicas prejudicadas pelo desastre ecológico, um prejuízo estimado inicialmente em R$ 10 milhões. O Ministério Público pede às pessoas que foram atingidas que procurem a Promotoria de Justiça no Fórum de São Francisco do Sul para que os prejuízos sejam incluídos na ação. A denúncia é assinada pelos Procuradores da República Eduardo B. S. da Motta, Mário Sérgio G. Barbosa, Tiago Alzuguir Gutierrez e a Promotora de Justiça Simone Cristina Schultz.

Grande parte da carga de nove mil toneladas de aço e do combustível - 120 toneladas de óleo - acabou no mar. Um exemplo da ineficiência dos acusados em tentar reduzir o impacto ambiental, descoberto durante as investigações, é o fato de que 13 dias depois do acidente apenas 15 toneladas de combustível (pouco mais de 10% do total) tinham sido recolhidas.

O acidente aconteceu no dia 30 de janeiro e, segundo a denúncia, "o que se verificou foi um total descaso das empresas" e o Ibama e a Fatma "não exerceram suficientemente seu poder de polícia" no sentido de cobrar medidas urgentes e eficientes para diminuir os danos ambientais. A embarcação emborcou por motivos que ainda estão sendo investigados. As barreiras de contenção usadas para tentar evitar que óleo se espalhe não são suficientes. O combustível atingiu a Baía da Babitonga e todas as praias de São Francisco.

Na praia do Forte o vazamento atingiu a vegetação de restinga (detalhe à esquerda), e manchas de óleo estão espalhadas por todas as praias de São Francisco do Sul (detalhe à direita)

Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social