Após ampliação dos pontos de coleta, MPSC arquiva parcialmente inquérito que investigava sistema de logística reversa de lâmpadas na Grande Florianópolis
Após cobrança do Ministério Público de Santa Catarina, por meio de inquérito civil desenvolvido pela 22° Promotoria de Justiça da Comarca da Capital, o Acordo Setorial referente ao sistema de logística reversa de lâmpadas, operacionalizado pela Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação (RECICLUS), está sendo cumprido nos Municípios de Florianópolis, Biguaçu e São José.
As lâmpadas podem conter - além de vários materiais recicláveis - elementos nocivos para a saúde e para o meio ambiente, como mercúrio e vapor de sódio. Por este motivo, a legislação federal determina que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes façam a chamada logística reversa destes produtos, que nada mais é que um conjunto de ações e procedimentos destinados à coleta e à restituição dos resíduos ao setor empresarial, com o encaminhamento das lâmpadas queimadas para a reciclagem ou o descarte ambientalmente adequado.
Diante dessa responsabilidade, as empresas com atuação no setor criaram a Associação RECICLUS, resultado de um grande acordo setorial envolvendo a União e fabricantes, importadores, distribuidores e grandes comerciantes de lâmpadas, para a implantação do Sistema de Logística Reversa de Lâmpadas em todo o país.
De acordo com os dados fornecidos ao MPSC pela RECICLUS, houve ampliação significativa da cobertura territorial de pontos de entrega de lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, na Grande Florianópolis, o que resultou de intensas tratativas entre os órgãos. Em função disso, após a realização de inúmeras reuniões e prestações de contas pelos órgãos envolvidos, a 22ª Promotoria de Justiça, com competência regional na área do meio ambiente, arquivou parcialmente o inquérito civil.
Em junho de 2019, quando o inquérito civil foi instaurado pelo Ministério Público, o sistema de logística reversa de lâmpadas possuía 18 pontos de coleta em Florianópolis, seis em São José e nenhum em Biguaçu, totalizando apenas 24 locais destinados a essa finalidade. Com as medidas adotadas pelas Prefeituras e Secretarias Municipais, além da gestão da Associação RECICLUS, esse número saltou de 24 para 73 pontos de coleta nos três municípios, sendo 44 em Florianópolis, 23 em São José e seis em Biguaçu. Além disso, também estão em andamento buscas e tratativas para a implementação de novos pontos coletas nestas regiões.
O arquivamento parcial do inquérito se deu por conta do Município de Palhoça que, apesar de também ter tomado providências e aumentado seus pontos de coleta de dois para 10, ainda não alcançou o número estimado no Acordo Setorial, que totalizaria 16. Por conta de a irregularidade verificada não possuir mais repercussão regional, o procedimento foi encaminhado à 4° Promotoria de Justiça da Comarca do Município para dar prosseguimento às investigações.
De acordo com o Promotor de Justiça Felipe Martins de Azevedo, titular da 22° Promotoria de Justiça da Capital houve um avanço importante na ampliação dos pontos de coleta de lâmpadas do sistema de logística reversa destes materiais mantido pela Associação RECICLUS, o que atende às responsabilidades dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes destes produtos, no sentido de promover o ciclo ambiental adequado das lâmpadas, incluindo o encaminhamento para a reciclagem ou a destinação adequada, sem custos para o poder público. Para isto, também é necessária a conscientização da sociedade, para que as lâmpadas sejam corretamente descartadas nos pontos de coleta atualmente disponibilizados pela RECICLUS, que estão publicados no seu site.
O inquérito civil foi instaurado a partir de informações da existência de poucos pontos de coleta e da deficiência na divulgação de suas localizações. O objetivo do procedimento foi obter um aperfeiçoamento do sistema para o efetivo cumprimento da Lei Federal n. 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, além de ressaltar a necessidade de recolhimento destes produtos pelos seus fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.
Com isso, além da ampliação dos pontos de coleta já existentes, a RECICLUS também elaborou uma cartilha - impressa e virtual - com esclarecimentos sobre o funcionamento do seu sistema de logística reversa, visando a promoção da educação ambiental sobre os tipos de lâmpadas abrangidos, a localização dos pontos de coleta existentes e a necessidade de separação dos materiais e entrega destes nos locais adequados.
O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) acrescentou que seguirá buscando o comércio para a adesão ao sistema e salientou que é imprescindível o apoio do IMA e demais órgãos, sobretudo os representantes do comércio, a fim de que haja um engajamento dos setores para a implantação da logística reversa de lâmpadas.
FRBL investirá R$ 1,5 milhão em programa de logística reversa do IMA
Como jogar fora uma lâmpada queimada, uma pilha sem carga? O que fazer com um pneu sem utilidade, com uma embalagem vazia de agrotóxico ou equipamento eletroeletrônico sem possibilidade de conserto?
A resposta para estas perguntas está na logística reversa - alvo de um programa do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) que receberá um aporte de mais de R$ 1,5 milhão do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), presidido pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Com os recursos disponibilizados pelo FRBL, o IMA poderá estender para todo os municípios catarinenses o programa Penso, Logo Destino (PLD) - já iniciado em seis de suas 16 regionais - no prazo de cinco anos, iniciando pelos 224 municípios de até 20 mil habitantes, para depois atender aos de até 50 mil e finalizar com as grandes cidades do estado. Saiba mais aqui!
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