13.11.2020

Última Instância: podcast do MPSC discute temas que são decididos nos tribunais superiores

Primeiro episódio mostra como o processo contra uma pequena empresa do setor têxtil do Município de Brusque possibilitou ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) provar, no Supremo Tribunal Federal (STF), que é constitucional a tese de que apropriação indébita de ICMS é crime.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) lança, nesta sexta-feira, o seu primeiro produto de comunicação voltado prioritariamente ao público que quer conhecer melhor e se aprofundar nos temas do Direito que são decididos nos tribunais superiores, em Brasília, e acabam repercutindo no dia a dia do cidadão comum, na sociedade em geral e nas causas jurídicas. É o podcast Última Instância, que inova, também, por ser o primeiro programa produzido em parceria entre a Coordenadoria de Comunicação Social (COMSO) e o Escritório de Representação do MPSC em Brasília.

"O Última Instância tem como objetivo tornar mais compreensivos para a sociedade em geral e para os integrantes do Sistema de Justiça os principais julgados e acontecimentos dos Tribunais Superiores. A ideia é retratar o que há por trás de uma jurisprudência, de uma decisão, e qual o fenômeno social, qual o fenômeno político que está envolvido na questão jurídica. Queremos mostrar qual é o papel das instituições. Traduzir a jurisprudência dos Tribunais Superiores é fortalecer a cidadania da sociedade", explica o Procurador-Geral de Justiça do MPSC, Fernando da Silva Comin.

Escute o primeiro episódio no Spotify ou por aqui .

O episódio de estreia conta a história de como uma ação penal em que os donos de uma confecção de Brusque são denunciados por apropriação indébita de ICMS criou a oportunidade para que uma tese defendida pelo MPSC havia aproximadamente 20 anos fosse finalmente levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) para confirmar a sua constitucionalidade.

Para discutir o caso, os personagens-chave do processo participam do podcast : o relator do recurso interposto pelo casal proprietário da confecção contra a decisão de segundo grau da Justiça catarinense, que havia sido favorável à tese do MPSC, o Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogério Schietti Cruz; o Promotor de Justiça Giovanni Andrei Franzoni Gil, que, na época do julgamento do caso no STJ, era coordenador do Centro de Apoio Operacional da Ordem Tributária do MPSC, o COT, e, no julgamento do caso no STF, como assessor especial da Procuradoria-Geral de Justiça, coordenou a estratégia de defesa da tese, que contou com apoio de diversos órgãos institucionais; o atual coordenador do COT, o Promotor de Justiça Assis Marciel Kretzer,  que fala sobre os impactos da decisão do Supremo nos processos da área de defesa da ordem tributária; e o Promotor de Justiça Flávio Duarte de Souza, que, como Promotor Regional da Ordem Tributária, foi o autor da ação penal que atuou no caso no primeiro grau.

No podcast , com aproximadamente 44 minutos de duração, os convidados têm condições de aprofundar o debate sobre os argumentos técnico-jurídicos do processo, os conceitos que embasaram a tese do MPSC e o voto do Ministro Rogerio Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que foi chave para o caso. Além disso, o Presidente da Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, também faz uma participação comentando os feitos da decisão do STF sobre a atividade empresarial, em especial no fortalecimento da livre concorrência.

Última Instância, um podcast para quem quer conhecer a atuação do Ministério Público em profundidade

O podcast Última Instância é um projeto que surgiu de uma necessidade estratégica para o Ministério Público de Santa Catarina: tornar mais conhecida a sua atuação nos tribunais superiores em causas que impactam diretamente sobre processos judiciais de grande repercussão sobre temas de interesse social.

O programa visa atender a um público que busca conhecer em mais profundidade os processos e os debates jurídicos que chegam aos tribunais superiores, como advogados, professores e acadêmicos  de Direito, jornalistas e imprensa especializada, promotores e procuradores de Justiça e magistrados, além de instituições e organizações que atuam junto ao Sistema de Justiça brasileiro.

A produção do programa também representa uma inovação administrativa do MPSC, pois é feita de forma integrada pelo Escritório de Representação do MPSC em Brasília e pela Coordenadoria de Comunicação Social. Assim, jornalistas do MPSC, assessores jurídicos, promotores e procuradores de Justiça atuam na seleção dos temas dos programas, na preparação e agendamento das entrevistas e na elaboração dos roteiros, visando a um maior aprofundamento das discussões.

Conheça os entrevistados do primeiro episódio e a relação de cada um com o caso em discussão, pela ordem das entrevistas:

Flávio Duarte de Souza, Promotor de Justiça, atuou no processo no primeiro grau

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Ele conta que o Ministério Público catarinense aplicava essa tese de que a apropriação indébita de ICMS é crime havia aproximadamente 20 anos, mas os advogados das empresas não contestavam a condenação no primeiro grau, ou viam seus recursos negados pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. O Promotor de Justiça Regional da Ordem Tributária de Blumenau lembra que, na época, ele e os colegas chegavam a torcer que os advogados recorressem até o fim para que o Ministério Público tivesse a oportunidade de comprovar a tese.

Rogerio Schietti Cruz, o relator do caso no STJ

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O relator do recurso impetrado pela empresa no STJ conta como havia decisão divergentes entre as 5ª e 6ª Turmas do Tribunal sobre se o ICMS declarado e não recolhido poderia ser considerado o crime de apropriação indébita de ICMS.

Giovanni Andrei Franzoni Gil, Promotor de Justiça, trabalhou nos memoriais entregues aos ministros do STF

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Como assessor especial da Procuradoria-Geral de Justiça, o Promotor de Justiça coordenou a estratégia de defesa da tese, que contou com apoio de diversos órgãos institucionais. Na época do julgamento do habeas corpus impetrado pela empresa no STJ, Franzoni Gil era coordenador do Centro Operacional da Ordem Tributária (COT) e também atuou na argumentação da tese junto aos ministros do STJ.

Mario Cezar de Aguiar, presidente da FIESC, fala sobre os efeitos da decisão na atividade empresarial

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Em uma breve entrevista, o Presidente da Federação das Insdústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) avaliou a importância do reconhecimento da tese do MPSC como constitucional para o fortalecimento da livre concorrência.

Assis Marciel Kretzer, Promotor de Justiça, coordenador do COT, fala sobre os impactos da decisão do STF

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Kretzer, como coordenador atual do COT, avalia os impactos da confirmação da tese do MPSC na atuação dos Promotores de Justiça que atuam na defesa da ordem tributária.




Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC