Santa Rosa do Sul recebe pela primeira vez projeto Escola Restaurativa
Cerca de 300 pessoas, entre alunos e professores da Escola de Educação Básica Governador Pedro Ivo Campos, participaram do Projeto Escola Restaurativa nesta quarta-feira (04/09), em Santa Rosa do Sul. Os trabalhos na escola foram conduzidos pelos facilitadores do projeto, acompanhados pela Promotora de Justiça Iara Klock Campos, e contaram ainda com a presença da Promotora de Justiça Ana Carolina Schmitt.
Esta é a 13ª escola a receber o projeto, que já mostra resultados assim que as dinâmicas são encerradas. "Fico emocionada ao ver o impacto positivo que tivemos hoje. Recebi muitos abraços e palavras de agradecimento pelo momento que tiveram com os alunos, e receber esse carinho e gratidão é verdadeiramente gratificante. Tenho certeza de que deixamos sementes valiosas nos corações deles", disse a diretora Karine de Quadros Fernandes.A iniciativa tem como objetivo promover reflexões para prevenir e transformar conflitos por meio de círculos de construção de paz, uma ferramenta inspirada na Justiça Restaurativa.
A Promotora de Justiça da Iara Klock Campos participou dos círculos de paz em um dos períodos do dia e saiu feliz com o resultado. "Poder reunir os alunos para este encontro e sensibilizá-los para a importância da justiça restaurativa foi maravilhoso. Tivemos um encontro que proporcionou muita integração. A partir do compartilhamento de histórias e vivências percebemos um sentimento de empatia e compaixão entre todos e aqueles assuntos difíceis de serem tratados, vieram com muito mais leveza", disse. A Promotora de Justiça já está na expectativa para a segunda fase do projeto. "Estou muito feliz por chegar aqui na comarca com esta iniciativa. Espero que seja uma semente que dê muitos frutos. Desejo muito implantar a segunda etapa que é capacitação para que os professores da rede possam trabalhar nas suas escolas com seus alunos com o objetivo de transformação dos conflitos que possam vir", afirmou.
O sentimento de um trabalho com resultados positivos também tomou conta da equipe da escola. O professor Gustavo Ferreira da Rocha falou sobre a importância da metodologia. "Fiquei feliz com o resultado e pelos alunos poderem se expressar. As dinâmicas foram muito bem conduzidas e todos se sentiram confortáveis. Para mim, como professor, foi importante para entender os alunos fora da sala de aula e entender a realidade de cada aluno", afirmou.
"O nome do projeto 'justiça restaurativa' já diz tudo. Assim como restauramos um objeto, podemos junto com as práticas dos círculos da paz, pudemos restaurar muitos traumas das nossas crianças, adolescentes e adultos. Ao ajudar nossos alunos por meio do projeto, ajudamos também o desenvolvimento dele dentro da sala de aula. Muitas vezes as emoções bloqueiam o aprendizado. Então o projeto colabora com todos os aspectos na vida do aluno. Esta é uma ferramenta que pode ser usada em qualquer área, não só em escolas", disse o coordenador Regional de Educação, Luiz Carlos Pessi.
A secretária de Educação Cleonice D'Ávila também ficou satisfeita com os depoimentos dos alunos "Pelos relatos dos alunos e professores foi um dia muito produtivo, que vai ficar na memória de todos os alunos. Foi um momento para eles falarem, serem acolhidos, trocarem de conhecimentos e experiências".
A coordenadora do NUPIA, Promotora de Justiça Analú Librelato Longo, ressalta que estamos vivendo um momento muito virtuoso, em que podemos olhar para comarcas como Santa Rosa do Sul e Rio Negrinho, que estão realizando a primeira fase do Projeto Escola Restaurativa, e ao mesmo tempo observar Camboriú e Rio do Sul, que estão vivenciando a terceira fase do projeto, onde já temos facilitadores formados nos círculos de construção de paz e realizando círculos na escola rotineiramente. É inspirador ver como essa iniciativa está crescendo e transformando a realidade das escolas, criando um ambiente dialógico e pacífico.
PROJETO ESCOLA RESTAURATIVA
O projeto Escola Restaurativa foi pensado no GGJR-SC, composto por entidades como o Poder Judiciário, o Governo do Estado por meio de suas Secretarias, a Defensoria Pública estadual, a OAB/SC, a FECAM, a UDESC e a UNISUL. No Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) o projeto é capitaneado pelo Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NUPIA). A formatação do projeto foi idealizada pelo Grupo Gestor a partir do grupo de estudos da Justiça Restaurativa para medidas socioeducativas em meio aberto, como medida de prevenção de judicialização nas escolas.
O MPSC, em cooperação com outras instituições, está empenhado em construir uma sociedade em que cada indivíduo compartilhe a responsabilidade por transformações positivas. O projeto Escola Restaurativa demonstra como a Justiça Restaurativa pode contribuir para a melhoria dos ambientes educacionais e o fortalecimento dos laços interpessoais. Por meio do diálogo aberto e da criação de espaços seguros para a expressão, alunos e professores estão aprendendo a lidar com conflitos de maneira construtiva, promovendo uma convivência mais harmoniosa e produtiva.
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