Projeto leva círculos de construção de paz para escola de Rio Negrinho
"Eu agradeço por esse encontro, me ajudou", "Momentos muito valiosos para o grupo", "Achei muito bom para refletir", "Eu gostei de tudo, me senti mais leve" e "Foi bom falar um pouco sobre mim" foram algumas das manifestações. Foi assim que os alunos da Escola Municipal de Educação Básica Selma Teixeira Gaboski, de Rio Negrinho, avaliaram a dinâmica do Projeto Escola Restaurativa, iniciativa promovida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A dinâmica buscou a sensibilização em práticas restaurativas, utilizando a metodologia dos círculos de construção de paz.
O evento contou com a participação de diretores, professores, servidores, funcionários e estudantes, além dos servidores da Secretaria Municipal de Educação e demais atores da rede de educação de Rio Negrinho. Ao todo, foram envolvidas 11 turmas de alunos e duas turmas de professores, abrangendo 314 estudantes e 50 atores da rede de educação.
A Promotora de Justiça Gabriela Arenhart, que atua na área da infância e juventude na Comarca de Rio Negrinho, falou à comunidade escolar na abertura dos trabalhos. "Nós estamos aqui hoje com muita alegria e muito prazer de estar trazendo para vocês um projeto especial. Então, que cada um de vocês tire esse momento para, de coração aberto, ouvir, falar, se expressar e sentir o que vai acontecer", propôs.
A sensibilização teve como objetivo principal a promoção de um ambiente escolar mais harmônico e colaborativo, incentivando a adoção de práticas restaurativas, que visam à construção de uma cultura de paz e à resolução pacífica de conflitos. Por meio dos círculos de construção de paz, os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar e refletir sobre a importância do diálogo, do respeito mútuo e da empatia nas relações interpessoais.
Na avaliação das crianças, feita de forma anônima e espontânea ao final do evento, o objetivo foi atingido: "Eu agradeço por esse encontro, me ajudou", "Momentos muito valiosos para o grupo", "Achei muito bom para refletir", "Eu gostei de tudo, me senti mais leve" e "Foi bom falar um pouco sobre mim" foram algumas das manifestações.
A Promotora de Justiça salienta que o propósito de levar o projeto à comunidade foi por compreender que as limitações da Justiça tradicional necessitavam ser ultrapassadas e levadas para o ambiente escolar. "Inúmeros são os conflitos que acontecem ou podem acontecer no ambiente da escola. Ter um olhar voltado ao diálogo, à empatia, à conexão entre os alunos e os demais atores da comunidade escolar revela-se imprescindível para que nós como comunidade possamos ultrapassar os desafios que esses conflitos nos apresentam", concluiu.
Para a diretora da escola, Cristiane Gelowate Rueckl, o projeto Escola Restaurativa proporcionou uma ótima experiência. "Os nossos alunos e também os professores se sentiram maravilhados com as dinâmicas, com todo o processo que leva esse repensar a esse se reconstruir dentro de si, então os alunos ficaram muito emocionados e muito contentes", completou.
O projeto Escola Restaurativa foi pensado no âmbito do Grupo Gestor de Justiça Restaurativa no Estado de Santa Catarina (GGJR-SC), composto por entidades como o Poder Judiciário, o Governo do Estado através de suas Secretarias, a Defensoria Pública estadual, a OAB/SC, a FECAM, a UDESC e a UNISUL. O Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NUPIA) do MPSC coordena o projeto.
"Esse projeto nos traz a reflexão que a escola, além de aprendizagem, também ensina a conviver, a conviver melhor. Nós do Núcleo de Incentiva Autocomposição estamos muito felizes e motivados pela adesão dos colegas Promotores de Justiça a esse projeto. Ainda iremos para mais três comarcas neste ano e já há uma lista de colegas interessados para o ano que vem", conclui a Promotora de Justiça Analu Librelato Longo, Coordenadora do NUPIA.
A Juíza da 1ª Vara de Rio Negrinho, Catherine Recouvreux, destacou que muitas vezes a solução dos problemas não se reflete numa decisão judicial. "Às vezes a decisão judicial precisa existir, e são tomadas medidas previstas pela lei para tanto, mas às vezes essa medida não é o que vai de fato solucionar o problema entre as partes, entre as pessoas, entre uma comunidade", ponderou. Para ela, projeto Escola Restaurativa mostra o quão importante é respeitar e entender os outros, realmente compreender o que a pessoa passou, o que se passa na vida dela atualmente. "Tenho certeza que os alunos abraçaram o projeto, foi muito bem aceito e torcemos para que isso seja apenas uma um pontapé inicial e que agora os próximos passos consigam abranger as demais escolas de Rio Negrinho e do interior de Santa Catarina'', completou a Magistrada.
Sandra Mara Brambilla Hacke, Secretária Municipal de Educação de Rio Negrinho, disse estar contente com a experiência, que será levada a outras unidades educacionais do município. "Ficamos muito contentes com o resultado. Tenho certeza de que nossos alunos vão sair daqui diferentes de que entraram", destacou.
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