06.05.2016

Programa Pipa faz alunos e pais refletirem sobre o uso de drogas

O Programa Interinstitucional de Prevenção e Atuação (Pipa) tem foco nos alunos do 9º ano das escolas de Jaraguá do Sul.
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O programa, idealizado pela 8ª Promotoria de Justiça da Comarca de Jaraguá do Sul em outubro de 2015, consiste na união de instituições ligadas à prevenção e à atuação relacionada ao uso de drogas para instruir, com o máximo de informações, alunos de 9º ano de escolas públicas e particulares.

A faixa etária de 14 e 15 anos é estratégica, por ser uma idade em que os adolescentes buscam autoafirmação e que podem começar a ter contato com o mundo das drogas lícitas e ilícitas. "Pretendemos passar nas mais de 60 escolas do Município, públicas e particulares, e tornar o programa dinâmico e permanente. Quando várias instituições dão suas contibuições sobre o tema (sempre atual), a visão sobre o problema é ampliada, e tem-se um maior conhecimento da realidade social, com respostas mais precisas, e talvez, surpeendentes. Creio que pode ser um divisor de águas sobre o enfrentamento do tema - Drogas -. Após irmos às escolas, nos reunimos para avaliação e aprimoramento para a próxima. Também estão previstos encontros com os pais de alunos, a fim de avaliarmos os resultados", considera o Promotor de Justiça Henrique da Rosa Ziesemer.

Além do Ministério Público de Santa Catarina, as instituições envolvidas no Pipa são o Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas, Secretaria Municipal da Saúde, Defensoria Pública do Estado, 14º Batalhão de Polícia Militar e do Programa de Medidas Socioeducativas da Secretaria da Assistência Social. Até o momento participaram do programa as escolas municipais Albano Kanzler (Nova Brasília) e Marcos Emílio Verbinnen (Estrada Nova). O Colégio Bom Jesus, no Centro, é o próximo estabelecimento a ser visitado pelas instituições.

A diretora da Escola Marcos Emílio Verbinnen, Rosangela Kleine, conta que já teve problemas relacionados a adolescentes envolvidos com drogas na escola. "E esse problema não fica isolado, pois esses adolescentes acabam se destacando e influenciam os colegas de sala", explica.

Rosangela relata que, com programas como o Pipa os problemas diminuíram e os alunos estão conscientes das consequências, não somente para a saúde, mas também jurídicas e sociais. "Foi muito importante termos aqui representantes do Ministério Público, do Programa de Medidas Socioeducativas e da Polícia Militar. Dessa forma, os adolescentes viram o que pode acontecer a quem se envolve no mundo das drogas", ressalta a diretora.

Um encontro com os pais dos 80 alunos das turmas de 9º ano ainda será marcado, para que a família também receba as informações repassadas aos adolescentes e se envolva no cuidado e na prevenção ao uso de drogas.

A aluna do 9º ano Yasmin Gabrielli Dalsochio, 13 anos, conta que ficou impressionada com o número de jovens envolvidos com drogas em Jaraguá do Sul. "Não tinha ideia de que o número era tão grande. Também não sabia que dos 450 presos do Presídio de Jaraguá do Sul, mais de metade está lá devido a envolvimento com drogas", relata.

Yasmin diz que aprendeu também sobre os motivos que levam crianças e adolescentes a se envolverem com drogas, como influência de pais usuários, problemas sociais ou por diversão. As consequências desse uso estão bem claras para Yasmin. "As consequências não aparecem na hora, mas com certeza aparecem. Também pode haver overdose, morte ou prisão. Não quero isso pra mim", afirma.




Fonte: 
Coodernadoria de Comunicação Social do MPSC com informações da Assessoria da Prefeitura de Jaraguá do Sul. Foto: Prefeitura de Jaraguá do Sul.