05.08.2016

Operação Carta Certa: ex-Secretários Municipais de Entre Rios são denunciados por diversos crimes

As denúncias abrangem os crimes de peculato, corrupção, posse de munição sem autorização, associação criminosa, falsidade ideológica, organização criminosa, dispensa indevida de licitação, fraude em concurso público e maus-tratos de animais.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) apresentou denúncias criminais contra nove pessoas investigadas pela Operação Carta Certa, desenvolvida pela 2ª Promotoria de Justiça de Xaxim com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO).

De acordo com o Promotor de Justiça Diego Roberto Barbiero, as investigações foram iniciadas para apurar possíveis fraudes em concursos públicos e licitação.

Durante a instrumentalização da operação Carta Certa, 2000 páginas de documentos, as memórias de quatro notebooks, cinco CPUs, cinco celulares, três tablets, um pen drive e um HD foram analisados e comprovaram a ocorrência de vários crimes. Também foram ouvidas 41 pessoas ao longo do procedimento.

Veja abaixo os denunciados

Rosimar da Moura, que ocupou os cargos de Secretário Municipal da Administração e da Fazenda:

- Peculato - utilizou maquinário da Prefeitura para construir um campo de futebol em terreno particular sem a devida compensação;

- Maus-tratos a animais - mantinha quatro galos confinados em condições degradantes a fim de utilizá-los para rinhas.

- Corrupção passiva - sugeriu a manutenção de relações afetivas e/ou sexuais para facilitar renovação de contrato licitatório com curso de karatê contratado para ministrar aulas para crianças e adolescentes atendidos pela Assistência Social do Município;

- posse de munição sem autorização.

Cledir Joercio Biasi, ex-Secretário de Infraestrutura:

- Peculato - deu ordens a servidores a fim de permitir que Rosimar utilizasse maquinário da Prefeitura para construir um campo de futebol em terreno particular sem a devida compensação.

Márcio Luiz da Silva, ex Chefe de Gabinete do Prefeito, ex-Secretário das pastas da Administração, da Saúde e da Fazenda e atual Procurador do Município

- Associação criminosa - possibilitou a participação de um posto de gasolina, de propriedade de seu irmão e da sua cunhada em licitação do Município, o que era proibido pelo edital licitatório. O posto venceu a licitação e recebeu R$ 290 mil durante a vigência do contrato.

- Organização criminosa - liderou organização criminosa a fim de fraudar concurso público em proveito próprio e ocupar o cargo efetivo de Procurador do Município.

- Fraude em certame de interesse público - quando ocupava o cargo de Secretário Municipal da Fazenda de Entre Rios, Márcio liderou uma organização criminosa com intuito de fraudar um concurso público para que conseguisse uma vaga em cargo público.

- Dispensa indevida de licitação - Dispensou indevidamente a licitação para contratar empresa responsável pela realização de concurso público no Município, com intuito de contar diretamente com a empresa NW Classifica.

Fernando da Silva, irmão do procurador do Município

- Associação criminosa - proprietário de fato de um posto de gasolina, em nome de sua companheira, que participou de licitação do Município, o que era vedado por expressa disposição do edital licitatório, por ser parente de servidor público municipal. O posto venceu a licitação e recebeu R$ 290 mil durante a vigência do contrato.

Daiane Cristina Gonçalves, companheira do irmão do procurador do Município

- Associação criminosa - participou de licitação do Município, o que era vedado por expressa disposição do edital licitatório, por ser parente de servidor público municipal. O posto venceu a licitação e recebeu R$ 290 mil durante a vigência do contrato.

- Falsidade ideológica - prestou falsa declaração de que não tinha qualquer grau de parentesco com servidor público municipal, mesmo tendo união estável com o irmão do Procurador do Município.

Flávio Jaison Biasi - ex Secretário da Fazenda

- Peculato - exerceu de forma fictícia o cargo de Secretário da Fazenda, recebendo salário mesmo não se apresentando para trabalhar.

Neiva Buss Werner e Waldomiro Elias Werner - proprietários da empresa NW Classifica

- Organização criminosa - a empresa era parte da organização criminosa que fraudou concurso público em proveito do Procurador do Município.

- Fraude em certame de interesse público - operacionalizaram a fraude no concurso público para beneficiar Márcio Luiz da Silva.

- Dispensa indevida de licitação - foram beneficiados pela dispensa indevida da licitação para contratar empresa responsável pela realização de concurso público no Município, com intuito de beneficiar Márcio Luiz da Silva.

Antônio Vivian - Advogado que prestava serviço à NW Classifica

- Fraude em certame de interesse público - elaborou as questões do concurso e as repassou para Márcio Luiz da Silva, com quem mantinha procuração conjunta em inúmeras ações judiciais, permitindo que o ex-agente político se classificasse no certame.




Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC