10.06.2024

MPSC se une a outras instituições para combater racismo no futebol

O Ministério Público de Santa Catarina, por meio da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, aderiu à campanha "Cartão vermelho para o racismo", lançada nesta segunda-feira (10/6). A iniciativa, que partiu da OAB/SC, também conta com a participação da Federação Catarinense de Futebol, da SC Clubes, do Rotary Club e da Prefeitura de Florianópolis, entre outros.
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Para combater um dos problemas mais graves no contexto social brasileiro - o racismo - no futebol catarinense, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, aderiu à campanha "Cartão vermelho para o racismo: o respeito é dentro e fora do campo", lançada nesta segunda-feira (10/6) no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, em Florianópolis. Além do MPSC, a iniciativa idealizada pela OAB/SC conta com a parceria da Federação Catarinense de Futebol, da Prefeitura e do Rotary Club de Florianópolis, da Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina (SC Clubes) e do Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Estado de Santa Catarina.

O titular da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, Promotor de Justiça Jádel da Silva Junior, explica que a campanha "Cartão vermelho para o racismo" integra uma série de outras ações que vêm sendo promovidas nos últimos anos, com a participação de instituições do Poder Judiciário, da segurança pública, assistência social, saúde e educação, para o enfrentamento do racismo em Santa Catarina. O diferencial desta campanha, segundo ele, é o direcionamento ao segmento social extremamente importante que é o futebol.

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"A partir dessa grande união de forças, a ideia é desenvolvermos cursos pedagógicos e ações educativas e de conscientização por meio de cartazes e cartilhas, entre outras frentes, direcionados às pessoas diretamente envolvidas no futebol. Isso inclui os próprios dirigentes de futebol, a Federação, os jogadores de futebol, os árbitros, as torcidas organizadas, os torcedores e todas as pessoas que, de alguma forma, consomem o futebol. Também é uma forma de construirmos mecanismos de prevenção e repressão ao racismo em Santa Catarina", afirma.

Silva Junior destaca, ainda, que foi assinado um protocolo prévio de cooperação conjunta que dará início à campanha e, em breve, será desenvolvido um termo de cooperação técnica que vai identificar e detalhar diversas ações a serem implementadas, abrangendo os públicos de eventos profissionais e amadores ligados ao futebol, não só em 2024, mas de forma permanente.

Representando o Núcleo de Enfrentamento aos Crimes de Racismo e de Intolerância (NECRIM), a Coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do MPSC, Promotora de Justiça Ana Luisa de Miranda Bender Schlichting , reconhece que práticas antirracistas como esta são fundamentais para se avançar no combate desta temática. Por isso, enalteceu a atuação da 40ª Promotoria de Justiça da Capital e das demais instituições parceiras.

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A presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/SC, Márcia Lamego, revela que a campanha é uma reedição de um projeto realizado em anos anteriores. Segundo ela, no início do ano a comissão da OAB/SC discutiu a ideia de retomar a proposta e criou um grupo de trabalho com as instituições parceiras. Um novo projeto foi desenvolvido e ganhou a aprovação da presidente da OAB de Santa Catarina, Cláudia Prudêncio.

"O projeto também vai levar a campanha aos campos e estádios de futebol por meio de faixas e letreiros que ficam passando durante as partidas. Está prevista, ainda, uma aproximação com as equipes e jogadores de futebol por meio de palestras e outras atividades que busquem instruir essas pessoas sobre o racismo", acrescenta.

Para o Secretário-Geral da Federação Catarinense de Futebol, Cláudio dos Santos Gomes, trata-se de um dia extremamente importante para o futebol catarinense. Gomes entende que a visibilidade e a popularidade do futebol o transformam naturalmente num meio de inclusão social e os casos de racismo nesse nicho assumem grandes proporções. Por isso, o futebol representa um agente importante de conscientização na luta contra o racismo.

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"Nós também somos investidores nessa ideia, porque um dos pilares desse projeto são as palestras e o processo educacional que vamos direcionar aos atletas e dirigentes do ecossistema do futebol, bem como aos nossos consumidores internos, que são os clubes. Vale destacar que já fizemos no ano passado o lançamento da nossa cartilha antirracismo e percebemos que já avançamos em alguns quesitos, não só em relação ao racismo, mas também à homofobia".

Representando o Prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, a Secretária Municipal de Turismo, Cultura e Esporte, Zena Becker, relata que a prefeitura tem trabalhado todas as questões de discriminação e apoia integralmente o projeto. "Hoje é um dia triste, se considerarmos que a esta altura ainda estamos aqui combatendo o racismo e tantos outros tipos lamentáveis de preconceito enraizados em nossa sociedade. Mas também é um dia feliz, quando vemos tantas pessoas e instituições unidas para combater essas práticas. O que a gente quer é que todos tenham as mesmas oportunidades, que sejamos todos iguais, sem influência de religião, cor, sexo e idade. Essa inclusão se faz com respeito".

Por fim, a presidente do Rotary Club de Florianópolis, Sônia Lamego, lamentou que muitas pessoas ainda achem que falar de racismo é reclamar. "Racismo não é reclamar. Ele acontece todos os dias em nossas vidas. Ele está no olhar, nas pequenas ações, na resistência em nos aceitar". Ela encerrou sua participação citando o líder sul-africano Nelson Mandela: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar".


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Rádio MPSC

Ouça o Promotor de Justiça Jádel da Silva Junior.

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Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC