MPSC obtém condenação dos responsáveis pela morte de dono de casa noturna em Lages
Três homens foram condenados pelo homicídio de um dos donos de uma casa noturna de Lages. Um deles ainda foi condenado por uma lesão corporal contra uma segunda vítima. Um quarto homem também foi condenado por dois crimes de lesão corporal. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) conseguiu penas que variam de 14 anos a mais de 24 anos de reclusão em regime fechado para os acusados pelo homicídio. As sentenças foram proferidas em sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Lages que durou aproximadamente 19 horas.
Os crimes aconteceram em 7 de setembro de 2018. Naquele feriado em comemoração à Independência do Brasil, o acusado Maiandro Vieira Nogueira resolveu urinar em frente a uma boate localizada no bairro Triângulo. Ele foi repreendido por uma mulher e retrucou com xingamentos. Consta nos autos que um dos proprietários da boate pediu calma e ofereceu o banheiro do estabelecimento, mas o acusado não aceitou e passou a ofendê-lo também.
Eles resolveram entrar na casa noturna para evitar mais atritos, mas Maiandro seguiu proferindo ofensas e passou a chutar a porta. Então os três donos do estabelecimento saíram para tentar acalmar os ânimos e perceberam que ele estava acompanhado pelos outros réus, Fabrício Locks Silva, Andrei Oliveira de Lima, Elton de Jesus Maciel, e por um adolescente.
Os donos da casa noturna foram atacados com pedradas, socos e chutes. Um deles, Éder Antônio dos Anjos Goulart, foi golpeado na cabeça por um capacete e caiu no chão. Ele entrou em estado de convulsão, mas continuou recebendo pancadas na cabeça. A filha mais velha assistiu a toda a cena. Éder morreu no hospital, deixando dois filhos adolescentes. Os outros dois sócios sofreram lesões corporais.
O MPSC acusou Maiandro, Fabrício e Andrei por homicídio qualificado e Elton por lesão corporal. A Promotora de Justiça da 1ª Promotoria da Comarca de Lages, Luciana Uller Marin e a Promotora Substituta da 10ª Promotoria da Comarca de Lages, Laura Ayub Salvatori, conduziram a acusação.
A família da vítima compareceu em peso à sessão do Júri, permanecendo no plenário do início ao fim, num clamor por justiça. A filha mais velha fez um depoimento emocionado. A jovem frisou que o pai era um homem benquisto pela comunidade e lembrou que ele serviu em missão de paz no Haiti.
O Conselho de Sentença condenou Maiandro Vieira Nogueira a 24 anos e dez meses de reclusão em regime fechado pelo crime de homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e com a
utilização de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima)e uma lesão corporal; Andrei Oliveira de Lima a 18 anos e oito meses de reclusão em regime fechado pelo crime de homicídio triplamente qualificado (por motivo fútil, com emprego de meio cruel e com a utilização de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima); Fabrício Locks Silva a 14 anos de reclusão em regime fechado pelo crime de homicídio qualificado (motivo fútil); Elton de Jesus Maciel a quatro meses de detenção por dois crimes de lesão corporal.
Éder Antônio dos Anjos Goulart virou nome de rua no bairro Guarujá, e é símbolo de uma campanha contra a violência promovida pela Associação Empresarial de Lages (ACIL).
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