MPSC alerta sobre possível migração de alunos da rede privada para a pública em Santa Catarina
Preocupado com uma possível migração de alunos da rede privada para as instituições públicas de ensino e para evitar que crianças e adolescentes fiquem sem estudar neste momento de crise, o Ministério Público de Santa Catarina solicitou à Secretaria Estadual de Educação e à União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação em Santa Catarina (UNDIME/SC) que aceitem todos os pedidos de novas matrículas de estudantes em idade escolar obrigatória, dos 4 aos 17 anos.
Os Promotores de Justiça João Luiz de Carvalho Botega, Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CIJ), e Marcelo Brito de Araújo, titular da 25ª Promotoria de Justiça da Capital, também pediram, por meio de ofício, que o estado e os municípios facilitem os caminhos para a solicitação de vagas. A sugestão é que de preferência tenham linhas de telefone à disposição, assim como endereço de e-mail e formulários on-line de fácil acesso ou outros meios de atendimento.
"É necessário ainda que esses canais sejam amplamente difundidos na sociedade, com a utilização de espaços na mídia local e disponibilização de informações claras e acessíveis nas páginas da internet e redes sociais das Prefeituras municipais e secretarias de Educação. É importante que nenhuma criança ou adolescente perca seu vínculo com a escola. O acesso ao ensino gratuito é um direito constitucional e o não oferecimento de vagas importa responsabilidade da autoridade competente", alertam os Promotores de Justiça.
A análise e o reordenamento das estruturas físicas e de recursos humanos do município e do Estado para atender a essa nova realidade podem ser feitas posteriormente. O importante no momento é evitar que os estudantes fiquem sem vínculo com alguma escola, pois a migração de alunos da rede privada para a rede pública estadual e municipal de ensino é uma realidade em diversos estados da Federação e já começa a dar sinais em Santa Catarina
O fenômeno tem diversas causas, desde o impacto da crise socioeconômica nas finanças familiares em razão da pandemia da covid-19, a impossibilidade de negociação das mensalidades com as escolas até o descontentamento com o método adotado para o ensino não presencial. A situação vem sendo acompanhada de perto pelo Ministério Público de Santa Catarina.
Depois de meses na esfera extrajudicial tentando um canal de negociações entre escolas particulares, pais e responsáveis sem sucesso, a 29ª Promotoria de Justiça da Capital e a Defensoria Pública, por exemplo, tiveram que ir ao Judiciário para tentar descontos nas mensalidades escolares levando em conta a capacidade econômica dos estabelecimentos de ensino. A ação civil pública ainda está em tramitação.
Já 25ª Promotoria de Justiça da Capital tem procedimento instaurado para apurar questões envolvendo a falta de qualidade do ensino e de estrutura adequada para professores e alunos do sistema estadual de ensino durante o período de pandemia, e o CIJ vem atuando como moderador nas discussões para estabelecer propostas de consenso na retomada das aulas após a suspensão das atividades presenciais determinadas como medidas de contenção e prevenção à pandemia de covid-19 no estado.
Últimas notícias
18/11/2025MPSC instaura procedimentos e apura brigas entre torcidas e possível crime de racismo em jogo entre Avaí e Remo
19/11/20252º dia do Congresso de Direito Eleitoral aborda fragilidades e desafios de novo Código
18/11/2025FRBL destinará R$ 821 mil para compra de novos equipamentos do Procon estadual
18/11/2025GAECO do MPSC apoia operação Invoice contra sonegação fiscal deflagrada pelo MP de Alagoas
18/11/2025GAECO catarinense cumpre mandado de prisão e de busca e apreensão em apoio ao GAECO do MPCE
18/11/2025MPSC e FACISC firmam adesão ao Protocolo “Não é Não” em evento que reuniu setor público e empresarial
Mais lidas
10/10/2025GAECO deflagra Operação “Hora do Show” que investiga irregularidades e direcionamento em processos de contratação pública no Oeste
15/10/2025GAECO, em apoio à 39ª Promotoria de Justiça da Capital, deflagra operação para combater organização financeira de facção criminosa
08/10/2025GAECO e Polícia Civil deflagram a operação “Carta branca” para apurar crimes contra a administração pública na região do Planalto Serrano
09/10/2025Mulher que matou companheiro em reserva indígena é condenada
31/10/2025GAECO deflagra Operação Nuremberg para desarticular um dos maiores grupos neonazistas em atividade no Brasil
12/11/2025STJ atende parcialmente MPSC e reconhece que, até 300 metros da preamar, toda restinga é área de preservação permanente