Mais de 20 anos de prisão por feminicídio em Jaraguá do Sul
Denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Marcelo Kroin foi condenado, nesta terça-feira (20/8), a mais de 20 anos de prisão pelo feminicídio de sua companheira, Andreia Campos de Araujo. Marcelo foi preso em Jaraguá do Sul no início de agosto de 2018 após cometer o crime, quando buscava um lugar para ocultar o corpo da vítima, que estava dentro do seu veículo.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Promotor de Justiça Marcio André Zattar Cota, na madrugada do dia 5 de agosto, o réu aguardou a companheira voltar de um encontro familiar e, aproveitando-se da inferioridade física de Andreia, de forma intencional, investiu brutalmente contra ela, causando-lhe, além de variados ferimentos, a morte por asfixia.
Horas depois, utilizou o celular da vítima para simular o abandono do lar pela companheira, enviando falsa mensagem de despedida a ele próprio. Em seguida, cobriu o corpo de Andreia com um cobertor, colocou-o escondido em seu veículo, na garagem de casa, e foi procurar local para ocultá-lo, quando foi flagrado por Policiais Militares.
O Promotor de Justiça sustentou em plenário, ainda, que o crime foi praticado por meio cruel (asfixia), mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e no contexto de violência doméstica e familiar (feminicídio).
O Tribunal do Júri da Comarca de Jaraguá do Sul considerou o réu culpado dos crimes imputados pelo Ministério Público - homicídio triplamente qualificado e tentativa de ocultação de cadáver. A pena aplicada foi de 20 anos e seis meses de reclusão em regime inicial fechado. A decisão é passível de recurso. (Ação Penal 0005243-41.2018.8.24.0036).
COMO DENUNCIAR
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) promove ações e participa de campanhas para coibir os crimes contra a mulher. Neste vídeo, entenda o que é o chamado feminicídio, um tipo de homicídio qualificado.Para recorrer ao MPSC em casos de violência doméstica, ligue 180 ou compareça a Promotoria de Justiça mais próxima.
Entenda como funcionam os julgamentos no Tribunal do Júri, em que a sociedade é que decide se um crime contra a vida aconteceu e se o réu é culpado ou inocente - uma participação que costuma ser o retrato da comoção popular vivida no momento. No vídeo, o Promotor de Justiça Jádel da Silva Júnior fala que "os crimes de sangue provocam um impacto que transcende o próprio círculo familiar diretamente atingido pelo crime para causar um abalo social profundo".
RÁDIO MPSC
OUÇA A RÁDIODesde 2015, o Código Penal brasileiro incluiu como qualificadora do homicídio o fato do crime ser cometido contra mulher em razão das condições do sexo feminino, o feminicídio. A Rádio MPSC traz entrevistas e uma série de spots com esclarecimentos sobre a questão do feminicídio. Clique no botão, ouça e compartilhe as informações.
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