Lançada Carta do II Seminário Mudanças Climáticas: Ciência, Lei e Ação para um Futuro Sustentável
Os participantes da segunda edição do "Seminário Mudanças Climáticas: Ciência, Lei e Ação para um Futuro Sustentável", realizado pelo Grupo de Defesa dos Direitos Relacionados a Desastres Socioambientais e Mudanças Climáticas (GEDCLIMA) na sede do Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPSC) nesta quinta e sexta-feira (13 e 14/3), reforçaram as medidas necessárias à redução de riscos de desastres em documento, diante da urgência de compreender a realidade das mudanças climáticas e a necessidade de aprimorar a governança para enfrentamento de desastres socioambientais e eventos climáticos extremos.
O objetivo da "Carta do II Seminário Mudanças Climáticas: Ciência, Lei e Ação para um Futuro Sustentável" é fomentar a sinergia entre os órgãos públicos e a sociedade civil, visando à busca por soluções adequadas para enfrentar os eventos climáticos extremos e os desastres a eles relacionados. As instituições signatárias assumem o compromisso de fortalecer a integração e a atuação no contexto das mudanças climáticas, promovendo a consensualidade climática como instrumento de efetivação da Justiça Socioambiental.
O Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Paulo Antonio Locatelli, que também preside o GEDCLIMA, ressaltou que a carta foi feita pela primeira vez no seminário realizado em 2024, e que os princípios nela contidos regeram a atuação do GEDCLIMA nesse período. "Tem efeito pedagógico, um efeito de capilarização muito importante, porque corre não só no Ministério Público, mas também nos municípios, câmaras de vereadores e todas as entidades que integram o GEDCLIMA", ressaltou.
A apresentação do documento no evento foi precedida de palestra do cientista Carlos Nobre, considerado um dos mais renomados cientistas brasileiros, conhecido mundialmente, que tem sido um destacado mediador entre a ciência e o público leigo, alertando principalmente contra os perigos do aquecimento global. O cientista falou por videoconferência, uma vez que se encontrava em Londres, na Inglaterra.
Carlos Nobre abordou o tema "Emergência Climática: Desafios para a Humanidade" e destacou a importância de não só combater a emergência climática, mas principalmente encontrar maneiras de diminuir o risco dos eventos extremos nas cidades. O cientista apresentou estudos que mostram que a tendência atual de aumento da temperatura terrestre acima de 1,5 graus pode ser irreversível. "Entre os anos de 2000 e 2018, 48 mil mortes no Brasil foram associadas a ondas de calor. De 2021 para cá, explodiram os eventos de chuvas extremas em todo o país", informou.
Para o cientista, o que nós precisamos aumentar muito nas cidades brasileiras é a solução baseada na natureza, que são as chamadas esponjas verdes urbanas. "O que é isso? É uma grande restauração florestal das cidades brasileiras, que diminui muito as inundações, os alagamentos, as enchentes, reduz a temperatura máxima, ondas de calor que são a causa maior das mortes por desastres climáticos. As esponjas verdes retêm de 20% a 30% dos poluentes, criam microclimas muito mais saudáveis, principalmente para pessoas idosas, crianças e pessoas doentes", resumiu.
Carlos Nobre destacou que é necessário realizar uma grande restauração florestal urbana em todas as cidades do Brasil. "Quando não tem vegetação na cidade, quase toda a energia radiativa que vem do sol aquece o concreto, o asfalto, fica muitos graus mais quente. Devemos acelerar políticas públicas práticas de adaptação e aumento da resiliência em todos os setores", alertou.
A Coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CME), Promotora de Justiça Fernanda Broering Dutra, ao encerrar o evento, agradeceu ao palestrante. "Muito obrigado pela participação. Todos aqui saímos com muito mais conhecimento, e creio que também com uma boa dose de ansiedade, pois é senso comum de que as consequências do aquecimento global acontecerão mais tarde, não vão nos afetar, mas as perspectivas que o senhor nos trouxe nos apresentam a proximidade desse possível colapso, desse ponto de não retorno", concluiu.
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