MPSC investiga doação de terreno feita à fundação que administra o Cepon
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou, nesta segunda-feira (15/06), um Procedimento Preparatório (PP) para apurar se houve ou não descumprimento dos encargos de que trata a Lei Estadual n. 12.084/2001, que autorizou a doação pelo Estado de um terreno para a Fundação de Apoio ao Hemosc/Cepon (Fahece). A Lei de Doação, averbada em 2006, em Escritura Pública, foi criada com o encargo de construção de um Complexo Hospitalar no bairro Itacorubi, em Florianópolis.
Em março, através de ofício dirigido à Fahece, a Secretaria de Estado da Saúde solicitou que fosse autorizada pelo Conselho Curador daquela fundação a transferência ao Estado de Santa Catarina do imóvel, argumentando que quando foi efetuada a doação através de escritura, no ano de 2006, a legislação estadual sobre as parcerias do Estado com Organizações Sociais, em vigor desde 2004, não mais permitia a doação de bens do ente público para o parceiro privado. Além disso, no mesmo ofício, mencionou-se que o Complexo Hospitalar que está edificado hoje sobre o terreno fora construído com recursos do próprio Estado. Em Procedimento Administrativo, no dia 10 de abril de 2015, o Ministério Público expediu orientação à Presidência da Fahece no sentido da não reversão, isto é, do não atendimento da solicitação formulada pela SES.
Posteriormente, entretanto, depois de reuniões entre o Promotor de Justiça da 25ª PJ da Capital Davi do Espírito Santo, responsável pelo caso, e a Procuradoria-Geral do Estado (no dia 3/6) e a Diretoria Executiva da Fahece (no dia 8/6), reacendeu a discussão acerca do cumprimento, por parte da Fundação, da obrigação imposta pela Lei Estadual n. 12.084/2001, tornando necessária uma investigação mais profunda acerca da situação em PP.
O Promotor de Justiça explicou que existem duas possibilidades de desfecho para o caso: se a Fundação cumpriu as obrigações impostas quando da doação do terreno, então não se poderá concordar com a reversão da doação; se, no entanto, ficar constatado o descumprimento do encargo, então haverá a possibilidade de reversão, conforme determina a cláusula específica da escritura de doação, que, praticamente, repete o que determinara a Lei Estadual n. 12.084/2001.
O Promotor de Justiça adiantou que vai expedir ofícios à Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina e à direção da Fahece para obter informações acerca das obras do Complexo Hospitalar a fim de verificar os investimentos feitos diretamente pelo Estado e pela Fundação na construção. Segundo David do Espírito Santo, é preciso averiguar, também, em que fase está a construção do complexo.
As informações a serem repassadas pela SES e pela Fahece serão analisadas e somente então o MPSC vai deliberar sobre o caso. O MPSC tem um prazo de 90 dias para concluir o PP, prorrogável por igual período. Porém, o Promotor de Justiça adiantou que o procedimento será instruído e analisado com celeridade.
Entenda a polêmica que envolve o terreno do Hospital do Cepon
O MPSC vai apurar se a Fahece cumpriu os encargos previstos na Lei de Doação (Lei Estadual n. 12.084/2001) em relação à construção do Complexo Hospitalar do Cepon. Saiba mais sobre o caso assistindo à entrevista com o Promotor de Justiça Davi do Espírito Santo.
Saiba como o MP atua na área do Terceiro Setor
O Ministério Público atua na fiscalização das entidades do Terceiro Setor, as chamadas organizações não governamentais (ONGs), em especial, no velamento das fundações de direito privado, conforme disposto no Código Civil ( arts.62/69), Código de Processo Civil (arts. 1199/1204) e Lei de Registros Públicos (arts.114/120)
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