Estado se compromete a regularizar Unidade Prisional de Laguna
O Estado de Santa Catarina aceitou acordo judicial proposto pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e comprometeu-se a realizar uma série de ações a fim de resolver os problemas de superlotação, infraestrutura e insalubridade da Unidade Prisional de Laguna.
O acordo foi proposto em audiência de conciliação de uma ação civil pública proposta pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Laguna após sucessivas vistorias nas quais o Corpo de Bombeiros, a Vigilância Sanitária e engenheiros do Município atestaram a situação crítica da Unidade Prisional Avançada de Laguna.
Localizada no centro da cidade, ao lado de uma universidade e de outros prédios públicos, os laudos apontam excessiva insalubridade e risco acentuado de acidentes e de fugas em massa, em função da falta de manutenção na edificação da unidade prisional e do número excessivo de presos.
Na ação civil pública, a Promotora de Justiça Sandra Goulart Giesta da Silva detalha os problemas apresentados nos laudos, que põem em risco a segurança e a saúde dos funcionários e dos presos. Ela ressalta que, apesar de destinar-se apenas para presos provisórios, é grande o número de condenados que deveriam estar em outros tipos de estabelecimentos prisionais - como penitenciárias, no caso dos presos com sentença de regime fechado, ou colônias agrícolas, industriais ou similares, para os presos em regime semiaberto.
Com o acordo judicial, o Estado deverá tomar uma série de providências, no prazo máximo de 180 dias, a fim de sanar as irregularidades.
As obrigações assumidas pelo Estado
Em relação ao número de presos
- Imediatamente: não receber presos de outras comarcas
- Em 60 dias: transferir 30 dos 124 presos
- Em 180 dias: adequar a quantidade de presos para a capacidade real do presídio, que é de 79 reclusos; iniciar tratativas com o Município para viabilizar um terreno para transferência do presídio.
Em relação à segurança contra incêndios
- Em 60 dias: apresentar atestado de regularidade do Corpo de Bombeiros
- Em 180 dias: apresentar projeto preventivo contra incêndios
Em relação à infraestrutura
- Em 180 dias: providenciar reforma emergencial do prédio de forma a sanar todas as irregularidades apontadas pelos engenheiros; corrigir os problemas de mofo e umidade; implantar correto sistema de instalação elétrica e instalação de gás central canalizado.
Em relação à insalubridade
- Em 180 dias: reformar a cozinha, sanando todos os problemas apontados pela Vigilância Sanitária e engenheiros; instalar sistema de limpeza e desinfecção das caixas d'água.
- o edifício não possui sistema preventivo contra incêndio, extintores, iluminação de emergência, placas de saída luminosa, tampouco corrimão na escada da administração. Também estão inadequadas a cozinha e a central de gás.
- existência de umidade e fissuras nas paredes, deterioração do reboco e estruturas de concretos com armaduras em processo de corrosão.
- instalações hidrossanitárias e elétricas extremamente precárias;
- grades e portas de segurança comprometidas;
- banheiros com acesso à estrutura dos telhados;
- instalações elétricas possuem fiação à mostra, com altíssimo risco de incêndio e acidentes;
- celas apresentam umidade e pintura extremamente precária. São desprovidas de ventilação e a iluminação é totalmente inadequada;
- armaduras de aço das estruturas do pátio interno, pilar e viga expostos sugerem colapso iminente na unidade prisional, com total deficiência da segurança.
- funcionários não dispõem de luvas ou de equipamento de proteção individual;
- DEAP não disponibiliza material de higiene e limpeza;
- pátio externo possui esgotamento sanitário saturado;
- presença de lixeira sem tampa em toda a Unidade Prisional;
- alimentos armazenados de forma inadequada, por ausência de espaço físico suficiente;
- sala de aula sem janelas e sem qualquer ventilação, com umidade e bolor nas paredes;
- banheiro dos funcionários sem sabonete, lixeira sem tampa e colchões sem forro;
- celas com superlotação (algumas celas projetadas para seis pessoas possuem até quatorze)
- cozinha não dispõe de revestimento das paredes e teto com material lavável, impermeável e de fácil higienização e limpeza; falta de coifa exaustora para o fogão industrial; tampas dos freezers oxidadas; janelas com vidro quebrado; uso de embalagens de material reciclado para acondicionar alimentos nos freezers e geladeiras; restos de comida são armazenados em galões recolhidos uma a duas vezes por semana; presença de grande quantidade de materiais ao lado da cozinha servem de atrativo para vetores.
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