Autores de violência contra mulheres em Fraiburgo participaram de grupos reflexivos
Estamos vivendo o Agosto Lilás, mês de enfrentamento à violência contra as mulheres, e a atuação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) vai além da busca pela punição judicial dos agressores. A instituição também trabalha para que eles mudem de comportamento, através da conscientização e reabilitação. Esse diálogo acontece nos grupos reflexivos, cujo objetivo é evitar a reincidência. Dois desses grupos foram formados em Fraiburgo, mediante um procedimento administrativo instaurado pela Promotoria de Justiça que atua na área.
Os encontros aconteceram semanalmente, entre 27 de março e 15 de julho, no campus da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP). A instituição de ensino superior abraçou a causa, disponibilizando todo o aparato estrutural, técnico e profissional para a realização das atividades. Os grupos reuniram um total de 22 homens que cometeram atos de violência contra mulheres.
Na semana passada, as coordenações dos cursos de Direito e Psicologia divulgaram o relatório final. "Inicialmente os participantes demonstraram desagrado em precisar comparecer aos encontros. Porém, após a proposta de trabalho ser apresentada, evidenciou-se uma melhor adesão, e todos passaram a contribuir ativamente com sugestões e exemplos", diz o relatório.
A Promotora de Justiça Andréia Tonin, da 3ª Promotoria de Justiça da comarca, explica que o objetivo dos grupos não é punir, mas gerar reflexão, como o próprio nome sugere. "Os encontros motivaram os participantes a pensar sobre a violência de gênero, as questões culturais enraizadas na nossa sociedade e a maneira correta de agir diante de situações conflituosas, e esse diálogos conduzidos por profissionais capacitados geraram mudanças na postura e nas atitudes deles", explica.
Ainda segundo o relatório, durante os encontros, alguns participantes contaram que mudaram de comportamento no ambiente familiar, e que isso trouxe resultados positivos. "Com o grupo aprendi a lidar com as situações, pensar antes de fazer alguma coisa", disse um deles. "Aprendi a classificar meus sentimentos de zero a 10, e quando percebo que está ficando sete ou oito de raiva, preciso sair, não devo continuar a discussão", relatou outro.
A conclusão do relatório é que o grupo de apoio para homens autores de violência mostrou-se eficaz na promoção de mudanças comportamentais positivas. "Foi um projeto extremamente válido e carecedor de continuidade, pois foram perceptíveis as mudanças de entendimento quanto aos tipos de violência, conflitos no relacionamento e sobre comportamentos saudáveis que podem contribuir para uma não reincidência do acontecido".
Novos grupos reflexivos para autores de violência contra mulheres serão formados nesse segundo semestre. O despacho final do procedimento administrativo que impulsionou o projeto na comarca manifesta o interesse pela sua manutenção, "a fim de que integre a política de enfrentamento à violência doméstica", pois "há expertise em outras muitas comarcas que apontam resultados excelentes a partir dessa abordagem preventiva".
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