12.07.2012

Sentinelas da memória institucional do MPSC

Seis jovens batem ponto todos os dias da semana no edifício Casa do Barão atrás de conhecimentos que a universidade não proporciona. Os estudantes de história Priscilla Pessôa, Marcelo Augusto de Oliveira de Melo, Marcos Lauermann dos Santos, Adriano Enderle, Manoela de Souza e Cássio Bogdan são estagiários do Memorial do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Seis jovens batem ponto todos os dias da semana no edifício Casa do Barão atrás de conhecimentos que a universidade não proporciona. Os estudantes de história Priscilla Pessôa, Marcelo Augusto de Oliveira de Melo, Marcos Lauermann dos Santos, Adriano Enderle, Manoela de Souza e Cássio Bogdan são estagiários do Memorial do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

Fundado em julho de 2010, o Memorial do MPSC tem a função de salvaguardar a história da instituição. O projeto é fonte de aprendizado para os estagiários, pois na prática do dia-a-dia eles desempenham atividades que não são comuns no ambiente universitário. Os currículos de História oferecidos pelas universidades da Capital não ensinam História Institucional. Esse é o primeiro, mas não o único, ganho que eles têm ao executarem as atividades propostas pelo Memorial.

Cada um dos jovens tem a sua explicação do porquê escolheu o curso de História. Marcos Lauermann dos Santos tem a frase mais poética. "Desde minha adolescência ouvi uma frase que me fez focar na área: 'Povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la'. Acredito que um historiador busca compreender o contexto em que determinado fato histórico se sucedeu e não decorar datas e nomes. Compreendendo os fatos, podemos atuar na sociedade de forma mais eficaz", lembra Marcos.
No Memorial, os jovens têm contato com documentos das décadas de 1920 a 1960. São as fichas funcionais de membros que iniciaram a construção da história do MPSC em diferentes comarcas do Estado. Essas informações, depois de analisadas pelos estagiários, são colocadas num banco de dados do Memorial que, mais tarde, estará disponível para o público externo.

"Uma das coisas que não havia aprendido na faculdade foi a manipulação e conservação de documentos antigos. Quando manuseamos os livros, estamos sempre equipados com luvas e, se necessário, máscaras", explica Adriano.

O contato com a história de Santa Catarina também enriquece a experiência dos estagiáios do Memorial. Em 2012, ano em que se registrou o centenário da Guerra do Contestado, um dos conflitos mais marcantes do Estado, o Memorial organizou um Seminário Nacional sobre a Guerra e os estagiários participaram da organização do evento. É o caso de Manoela de Souza, que também fala sobre o trabalho de transcrição dos registros do professor Osni de Medeiros Regis, que será uma nova publicação do Memorial.

"A experiência de organizar um evento, como o do Contestado, foi muito importante para o meu aprendizado. Trabalhar com fontes primárias como os livros de Comarca e com os escritos do professor Osni de Medeiros Regis, que em sua maioria são feitos à mão, também foi uma ótima experiência. Grande parte de fontes para pesquisa em arquivos é feita dessa forma, então já que vivemos em um mundo de tecnologia é bom ter o costume de ler coisas assim", conta Manoela de Souza.

O trabalho em equipe é indispensável, afinal, demandas não faltam. Os estagiários se relacionam bem, e todos estão há pelo menos um ano na instituição. "A noção de trabalho em equipe é primordial em um ambiente como o do Memorial. O entendimento e a harmonia são essenciais para um bom andamento dos trabalhos, e creio que este foi um dos principais aprendizados para mim, além, é claro, de todo o conhecimento acadêmico e funcional", relata Cássio Bogdan.
Para o futuro, os estudantes pretendem permanecer na carreira acadêmica. Priscila Pessôa, que está na sétima fase do curso, está escrevendo seu Trabalho de Conclusão de Curso, com base em entrevistas realizadas com mulheres que se tornaram membros do MPSC. "Trabalho com a história institucional, já que analiso o quanto as questões de gênero influenciaram na carreira das primeiras Promotoras do Estado", explica Priscila .


Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação do MPSC