"O Júri é criado para a pessoa ser julgada pelos seus semelhantes", enfatiza Fabrício, ao responder à pergunta feita por uma estudante de Direito que questionava a validade de um julgamento em que jurados sem conhecimento jurídico decidem o destino do réu. Para o Promotor de Justiça, se fosse de outra forma, o Tribunal do Júri perderia o sentido. E ele esclarece: "Essa falta de conhecimento técnico não invalida em nada o julgamento do Júri por que lá os jurados vão julgar o fato. Os jurados são juízes do fato. A pena vai ser o Juiz (de Direito) que vai estabelecer."

O princípio de dar à Sociedade a oportunidade de julgar aquele que cometeu um crime contra a vida faz com que o Júri reflita ate´mesmo a composição social da comunidade em que ocorre o julgamento. A lista de jurados é elaborada pelo Juiz de Direito que preside o Tribunal do Júri da Comarca e deve ser composta por "representantes de todas as faixas etárias, de todas as classes econômicas, de uma gama ampla de profissões, para julgar o seu semelhante", ressalta o Promotor de Justiça. O entrevistado esclarece, ainda, que em países não democráticos este tipo de julgamento não existe.