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21.03.2016

Na Páscoa, consumidores falam sobre mudanças que garantem a qualidade dos pescados

O Mercado Público, de Florianópolis, é conhecido pela tradição da venda do pescado fresco. Desde o ano passado os boxes do local passaram por reformas e os donos de peixarias, após um Termo de Ajustamento de Conduta, tiveram que se adequar às leis de proteção à saúde do consumidor.
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O consumo de peixes aumenta consideravelmente nesta época do ano devido ao período de Quaresma  e por isso o consumidor deve ficar atento a qualidade do produto. Esta é a primeira Páscoa depois da restauração do Mercado Público de Florianópolis e da adequação das peixarias pelo TAC assinado entre Ministério Público, peixeiros, Prefeitura Municipal e Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).

O vigilante Marcelo Alves é frequentador do Mercado Público desde muito jovem. Ele conta que sempre observava a cor do peixe e a forma de exposição do produto, depois das reformas do Mercado ele continua observando, mas percebeu a diferença na higiene dos boxes e até no atendimento que ficou mais rápido e eficaz. "Sou um frequentador nativo do Mercado Público e percebi sim a grande mudança que teve com esse espaço separado para limpar o peixe e deixar mais apresentável para gente comprar", disse. Para ele e sua família que consomem peixe o ano todo, mas com maior frequência nesta época, essas mudanças fizeram ter mais confiança no produto que estão consumindo. "Achei interessante que mesmo com a mudança na estrutura e ter esse serviço a mais o valor não mudou muito e ainda podemos nos alimentar com produtos saudáveis e sem medo", afirmou.

Assim como Marcelo, o aposentado Paulo Corrêa também acredita que a qualidade dos produtos melhorou. "Principalmente a apresentação visual, está mais adequada. A diferença comparando com o ano passado é considerável. Embora o preço tenha aumentado em termos gerais compensa", comenta Paulo.


Marcelo Alves percebeu a mudança com espaço separado para limpar o peixe.

Para os frequentadores do Mercado Público a apresentação visual melhorou.

Fabíola Daniel:  "ficou mais bonito pelo menos onde é visível aos consumidores"



Adaptação às normas não muda a tradição

Os donos de peixarias e os consumidores pensaram que essa tradição poderia terminar com a adaptação às normas legais e sanitárias da comercialização dos produtos de origem animal. Hoje todas as peixarias são entrepostos, ou seja, elas podem manipular o produto. Nem sempre os consumidores percebem essas mudanças. Foi o caso da auxiliar operacional Fabíola Daniel , que consome peixe fresco pelo menos uma vez por mês. "Nunca tinha percebido nada irregular, mas depois da mudança percebi que o visual da exposição dos produtos ficou melhor, tudo ficou mais bonito pelo menos aqui onde é visível para os consumidores", diz.

O peixeiro José Wilson de Andrade, conhecido como "Montanha", trabalha há 38 anos no Mercado Público afirmou que, apesar de árduo, o novo modelo de funcionamento dos entrepostos melhorou a condição do serviço prestado pelos vendedores e aumentou o número de clientes. "Agora é mais complicado, mas está melhor (de trabalhar). Tudo é mais higiênico e a fiscalização frequentemente", diz o peixeiro.

Para o comerciante Marcelo Jacques, que há 32 anos trabalha no Mercado Público, a principal mudança foi a melhoria na higiene de manipulação dos produtos. "Antes o Mercado Público cheirava muito mal, agora não tem odor forte, ficou mais bonito, limpo e higiênico, como consequência notamos a confiança do cliente e de certa forma, o aumento das vendas, porque o consumidor vê tudo mais limpo e bem apresentado, isso muda a qualidade do pescado", afirma. Segundo Marcelo a fase de adaptação com a instalação do entreposto foi difícil. "Era tudo diferente e mudanças trazem conflitos e desconforto, mas passado uns dois meses tudo se ajeitou e hoje ficou tudo melhor", destaca. Para ele a parte mais difícil foi a mudança de cultura. "Imagina, nunca fiquei um dia sem aliança e agora preciso trabalhar sem...além disso, foi complicado ter que falar para os funcionários que não podiam estar de brinco, correntes e fazê-los aceitar usar luvas e toucas e um ano depois todo mundo acha isso normal, faz parte da rotina", afirma. Para ele todas essas melhorias, facilitou o trabalho de todos e com certeza teve um grande beneficiado: o cliente.


Veja abaixo alguns vídeos do MPSC relacionados ao tema

Como funciona um entreposto?

Como é feita a fiscalização?

O que é o POA?


Fonte: 
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC