O ambiente escolar é o palco de um ciclo de reuniões a respeito da proteção de crianças e adolescentes em Camboriú. Foram envolvidos profissionais¿das áreas de saúde, educação, assistência social, Conselho Tutelar, ONGs e projetos sociais de Camboriú. A intenção é conhecer a realidade de cada bairro e integrar esses profissionais no que diz respeito aos cuidados para garantir os direitos da criança e do adolescente. A Promotoria de Justiça Caroline Cabral Zonta, da 1ª Promotoria de Justiça de Camboriú, fez a abertura do terceiro encontro, realizado no Centro de Atenção à Criança e ao Adolescente (CAIC) Jovem Ailor Lotério, no bairro Monte Alegre.
O Município de Camboriú foi dividido em quatro territórios pelo Comitê de Gestão da Rede de Cuidados e de Proteção Social de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência. Na palestra do terceiro encontro, que englobou os bairros Monte Alegre, Conde de Vila Verde, Tabuleiro e Várzea do Ranchinho, a Promotora de Justiça citou o artigo 227 da Constituição Federal, que assegura à criança e ao adolescente absoluta prioridade. Dentro do que a Constituição estabelece, a proposta do Comitê com os encontros é a troca de informações sobre os atendimentos em cada instituição, como lidar com as revelações espontâneas de casos de violência e como encaminhar a criança e o adolescente para os órgãos de atendimento.
O Comitê de Gestão da Rede de Cuidados e de Proteção Social de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência, do qual o MPSC participa ativamente, começou as reuniões em 9 de abril deste ano no auditório da Secretaria Municipal de Educação, abrangendo os órgãos de proteção dos bairros São Francisco de Assis e Centro. No dia 12 de abril, foi a vez dos profissionais dos bairros Areias, Santa Regina Macaco e Braço, que se reuniram na Policlínica Municipal Rosina Carboni Pavan, no Centro. Depois dessa terceira reunião no CAIC do bairro Monte Alegre, será a vez dos bairros Cedro, Rio Pequeno e Rio do Meio se encontrarem para o intercâmbio de informações.
Participam da troca de ideias agentes das unidades básicas de saúde, diretores, orientadores e supervisores da educação infantil municipal, integrantes do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), assistentes sociais, conselheiros tutelares, ONGs e projetos sociais. Só na região do bairro Monte Alegre, que engloba quatro localidades, participaram nove ONGs e integrantes de projetos sociais.
Todas as instituições puderam apresentar suas demandas, o modo como fazem o atendimento e o que oferecem para a proteção à criança e ao adolescente. As discussões foram desde o atendimento em uma entidade como a APAE e como isso pode ser conciliado com o ensino regular ou o desenvolvimento de um projeto social e seus reflexos na rede de proteção.
"Se nos propusermos a escutar o outro e compartilhar nossos saberes, se houver a comunicação ativa entre as instituições, conseguiremos alcançar o nosso propósito, que é defender e proteger as crianças e os adolescentes. Isso só funciona se trabalharmos juntos. Se cada um achar que a forma de atuar sozinho vai salvar uma criança ou adolescente, vai trabalhar em vão. A finalidade é estreitarmos os nossos relacionamentos para que tenhamos mais eficiência na proteção das nossas crianças e adolescentes camboriuenses", acrescenta a Promotora de Justiça Caroline Cabral Zonta.