Na segunda-feira (1º/7), em São Miguel do Oeste, terá início o julgamento dos cinco homens denunciados pelo Ministério Público pelo homicídio do advogado Joacir Montagna. O advogado foi executado em seu escritório, no Município de Guaraciaba, no dia 13 de agosto de 2018. O julgamento ocorre na Câmara Municipal de Vereadores de São Miguel do Oeste, a partir das 9h e estenderá ao longo da semana.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público relata que Adelino José Dala Riva contratou os irmãos Lucas Gomes dos Santos, Abel Gomes dos Santos e David Gomes dos Santos para matar o advogado. A arma do crime, inclusive, foi dada por Adelino como parte do pagamento. Lucas, foragido do sistema prisional e suspeito de integrar facção criminosa do Rio Grande do Sul, seria o responsável por atirar no advogado.

Dias antes da execução, o grupo realizou um verdadeiro trabalho de espionagem da vítima, coletando informações do advogado na internet, visitando as cidades de Guaraciaba e São Miguel do Oeste algumas vezes para localizar o endereço profissional e planejar a rota de fuga, inclusive com aplicativos on-line de trajetos rodoviários, além de realizar ligação telefônica para o escritório para marcar um horário de atendimento com o advogado como se clientes fossem.

No dia do crime, Lucas, Abel e David se deslocaram de Chapecó para Guaraciaba. Enquanto Abel os aguardava em um local combinado, Lucas e David foram ao escritório do advogado em uma motocicleta.

Lucas desceu da garupa da moto e, de capacete, entrou no escritório da vítima. Depois de render duas funcionárias do advogado, entrou na sala onde estava Joacir e anunciou um falso assalto. Quando o advogado, que estava atrás de sua mesa de trabalho, se agachou para pegar o dinheiro exigido no cofre, Lucas, já prevendo que a vítima estaria de costas e abaixada, executou o advogado sumariamente com um tiro na parte de trás da cabeça, causa a morte instantânea.

Depois do crime, Lucas e David fugiram do local pela rota planejada e descartaram a motocicleta e os capacetes em um local ermo, onde seria o ponto de encontro com Abel para fugir no outro veículo. Posteriormente, receberam R$ 7.500 de Adelino pela consumação do crime.

A denúncia do Ministério Público alcança, ainda, José de Almeida, tio dos três irmãos. Cinte do crime praticado, ele tentou vender uma arma ilegal para custear a defesa dos sobrinhos, e auxiliou David a fugir para Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, onde foi preso.

No julgamento, o Ministério Público de Santa Catarina será representado pelo Promotor de Justiça João Paulo de Andrade. O Promotor de Justiça sustentará em plenário que os réus são responsáveis por homicídio duplamente qualificado, por ter motivação fútil e mediante dissimulação que tornou impossível a vítima se defender, além de integrarem grupo criminoso armado.