Após a publicação dos Decretos Estaduais que definiram o estado de emergência de saúde para Santa Catarina devido à pandemia da covid-19, esse mesmo produto passou a ser oferecido a até R$ 77,00, o que configura uma diferença entre os preços de quase 2.000%.
O que torna o abuso ainda mais grave, é que esses preços abusivos foram praticados contra o sistema público de saúde da rede municipal de várias cidades da região, avalia Tramontin: "eu considero que, além do fato ser reprovável pela injustificável ganância em si, o que torna a conduta mais reprovável, ainda, é que as vítimas são hospitais e secretarias de saúde, e isso significa que estavam, também, assaltando dinheiro público".
O MPSC apurou os fatos com o auxílio da gerência da Fazenda Estadual. O que chamou a atenção durante a investigação foi a variação de preços, no mesmo dia, conforme o comprador: em um caso, o produto foi fornecido pelo preço considerado normal para apenas um comprador, enquanto, para os demais, custava quase 20 vezes mais caro.
O Juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca de Blumenau determinou a fiança como medida alternativa à prisão antes mesmo de apreciar se aceita a denúncia, devido à urgência motivada pela atual situação de emergência por que passa o estado devido à pandemia do novo coronavírus.
Segundo o Promotor de Justiça, também, não seria adequado, para este momento, que a empresa deixasse de operar, principalmente pela escassez do produto e a necessidade de se manter o fornecimento. Além disso, a partir de agora, as transações comerciais da empresa podem ser monitoradas em tempo real, devido ao sistema de emissão de nota fiscal eletrônica, o que sujeita os sócios denunciados a terem a sua fiança convertida em prisão preventiva assim que for detectado que voltaram a cometer os crimes.