Fábio da Silva, criminoso que ficou conhecido como "Picadinho" por matar e esquartejar suas vítimas, foi condenado pelo segundo homicídio em sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Caçador, realizada nesta quarta-feira (21/11). O Promotor de Justiça João Paulo de Andrade, que representou o Ministério Público no julgamento, considerou a pena de pouco mais de 10 anos de reclusão insuficiente e já anunciou que recorrerá da decisão.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público relata que o réu, em 19 abril de 2016, ao sair de trabalho por volta das 21h30, se deslocava de carro quando avistou a vítima, Clarisse Justino de Andrade, no local onde se prostituía. Fábio, então, foi em casa, buscou uma pá cortadeira e voltou ao local onde estava a mulher.

Para dissimular sua intenção, Fábio combinou um programa com Clarisse e levou-a a um local ermo, onde teve relações sexuais com ela. Em seguida, dirigiu por cerca de 70 metros, parou o carro, passou a agredir a vítima até que ficasse inconsciente e asfixiou-a com uma fita plástica que trazia no porta-luvas. O corpo foi abandonado próximo ao veículo.

Dois dias depois, o réu voltou ao local com a intenção de ocultar o crime. Com uma faca e a pá cortadeira esquartejou o corpo da vítima - ação esta que filmou com o própio celular - e o enterrou nas proximidades. O cadáver foi encontrado somente no dia 5 de maio, com auxílio de cães farejadores, após Fábio confessar o crime. De acordo com o Promotor de Justiça, a vítima não foi escolhida ao acaso. Ela teria se esbarrado na esposa de Fábio em uma festa e ele acreditava que as duas tiveram um relacionamento amoroso.

Os jurados reconheceram a autoria dos crimes de homicídio - qualificado por ter sido praticado por motivo fútil, por motivo torpe, por meio cruel e mediante dissimulação - e de destruição de cadáver. A pena aplicada pelo Juízo do Tribunal do Júri foi de 10 anos, um mês e 24 dias de prisão, a qual o Promotor de Justiça considera insuficiente em especial em função da vida pregressa do criminoso.

Fábio, além de condenações por furto qualificado e ocultação do cadáver do próprio pai - de cuja morte também é suspeito - foi condenado por mais um homicídio, da vítima Lucas Pereira, que foi, como Clarissa, assassinado e esquartejado. "Os psiquiatras afirmam que este indivíduo é de alta periculosidade. O crime atribuído a ele assume uma dimensão muito maior pela crueldade", justifica o Promotor de Justiça.